
Prossegui caminho sempre contigo no pensamento.
«Se tiver que morrer sem ti, que seja depressa...».
Percorri mais uns metros com a esperança a ser a penúltima a morrer. O último seria eu...
Estavas deitada naquele chão seco, já sem vida. Aproximei-me e segurei no teu corpo.
«Desculpa, não consegui chegar a tempo... Amo-te tanto como no primeiro dia em que te vi...».
Olhei para o céu num acto de revolta.
«Leva-me, leva-me também. Leva-me para junto dela...».
De um momento para o outro, a chuva abateu-se sobre os nossos corpos. Abri os braços para me entregar completamente à chuva e à morte.
A nossa história, em vida, nunca chegou a ter fim. Mas agora que vou a caminho, todas as minhas forças e esperanças de te encontrar voltaram a ficar cheias. Lembrar-me-ia de ti? A nossa história precisava de um fim...