sexta-feira, 25 de novembro de 2011

A Despedida...

Estou deitado na cama do quarto de hotel a aguardar a tua chegada. Esperava que chegasse o adeus, que fosse a última vez que te visse ou tocasse. A partir desse momento, começariam as insónias, os apertos no coração, a vontade de chorar e até mesmo a dificuldade em respirar. A partir desse momento, a minha vida ficaria a preto e branco e a minha alma ficaria enterrada num buraco negro, sem fim.
Ouvia passos no corredor, mas sabia que nenhum deles eram os teus. Enquanto esperava, levantei-me e preparei um copo de whisky, dirigindo-me para a janela. Contemplei toda a cidade e nela vi um enorme jogo de luzes que cintilavam de um lado e de outro.
O meu coração começou a bater cada vez mais depressa, agora ouvia os teus passos, suaves e proporcionais, a aproximarem-se. Bateste à porta do quarto. Apressei-me a ir abri-la...
«Sabes que chegou a hora, não sabes?», foi tudo o que disseste.
«Só não percebi o porquê...», as lágrimas escorreram-me do rosto. Toda a minha dor e angústia estavam agora a fluir como rios...
Aproximaste-te de mim e beijaste-me. Agora também os teus olhos estavam húmidos.
«Prometes-me que ficas bem?».
A ridicularidade daquela pergunta fez-me sorrir ironicamente.
«Como é que eu posso ficar bem se estou pela última vez com a pessoa que mais amo nesta vida? Como é que posso ficar bem se tudo aquilo que eu tenho me está a ser arrancado assim? Desculpa mas não posso prometer-te isso...».
Viraste-me as costas e dirigiste-te para a porta.
«Vais-te mesmo embora?», a minha voz tremia de tanta incredulidade.
Paraste durante alguns segundos. Por momentos pensei que tinhas colocado em causa a opção de ficar.
De seguida continuaste o teu caminho, sem olhar uma única vez para trás.
No meu mundo, tinha-se abatido, instantaneamente uma escuridão profunda. Nunca mais voltaria a ser o mesmo...  

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

A Cabana...

A minha mão encaixava na tua como duas peças de um puzzle encaixavam entre si... A tua voz entoava na minha cabeça com as palavras mais doces do mundo. Naquela cabana, havíamos vivido um turbilhão de emoções. Tantas lágrimas jorradas, quer por tristeza ou felicidade, tantos sorrisos mostrados, quer sinceros ou forçados. Apesar de toda a dor que sentíamos em momentos difíceis e árduos, o nosso amor prevalecia. Era mais forte que qualquer corrente oceânica, que qualquer vento brusco. Era mais forte do que o próprio Universo. Ajustando-se ao mesmo, também era Infinito. Estejas onde estiveres, estás a ouvir estas palavras a ecoar na tua cabeça. Sabes que farei o possível e o impossível para te encontrar e trazer novamente para esta cabana. Sabes que só pararei de lutar quando um de nós morrer...
Ao escrever isto, uma lágrima escorreu-me do rosto. Estava sentado junto à mesa de madeira que ocupava um bom espaço da sala de estar. Esta estava agradavelmente quente mas o meu coração permanecia gelado. Escrevia estas palavras e estas mesmas eram carimbadas  com lágrimas. Eu iria procurar-te por todo o mundo...
De um momento para o outro senti uma brisa gélida nas costas; a porta abriu-se.
«Não precisas de ir muito longe...».
Era a tua voz... Os meus músculos petrificaram e as lágrimas fluíam como a água de uma bela cascata...
Realmente tinhas ouvido tudo aquilo que tinha escrito, e tinhas decidido fazer o mesmo: procurar-me.
Num ápice saltei da mesa e envolvi-te nos meus braços. O gelo do meu coração automaticamente ficou reduzido a chamas. Agora o meu mundo estava mais completo que nunca. Beijei-te e prometi-te que nunca mais te iria deixar partir...

domingo, 6 de novembro de 2011

Tu Não Estás Aqui...

Caminhava sobre o fogo ardente, que a dor da tua ausência me causava. Desde a tua partida que não escrevo, que não expresso os meus sentimentos e emoções. Desde que partiste que estou morto. Apenas vivo de toda a dor que a saudade me proporciona.
Ter a consciência que me deixaste, sem saberes o quanto te amava, transforma parte da minha dor em arrependimento.
Tal como as folhas das árvores eram arrancadas pelo vento, no inverno, um pedaço da minha vida caía-me aos pés a cada segundo que passasse longe de ti. Ansiava pelo teu calor, pelo teu beijo, pelo teu toque. Ansiava por ver o teu magnífico rosto, que de tão belo e inocente que é, provoca um vazio constante dentro do meu coração. Esse vazio, ocupar-se-a apenas com a tua presença. A nossa chama extinguia-se consoante o tempo que passava, mas o meu amor por ti, dava-lhe o combustível necessário para que o seu maravilhoso e brilhante  fogo não cessasse. Eu lutaria até ao fim, daria tudo o que tenho e o que não tenho, mas não vale a pena, tu não estás aqui...