sábado, 31 de março de 2012

A Vida Já Não Tinha Qualquer Significado Para Mim...

A chuva caía no chão mas não da maneira como caía antes, o brilho do sol já não era tão intenso, o azul do céu já não era tão bonito e a vida já não tinha qualquer significado para mim. Nada parecia tão belo a partir do momento em que partiste. O meu mundo desmoronara-se como um grande muro que protegia o meu coração. A chama que me mantia vivo por dentro extinguíra-se. Tudo o que restava em mim, eram memórias e recordações... Memórias do teu cheiro, memórias do teu toque. Memórias que ainda me faziam sorrir apesar da tristeza carregada em cada sorriso. Isso, era tudo o que me mantia vivo. Era tudo o que me mantia ligado a ti, a nós. Não deixaria esta vida porque não iria cumprir a promessa que te fizera... Tu querias ver-me feliz, mas feliz, seria a última coisa que eu iria estar. Tu eras a minha felicidade, a minha vida, o meu amor e a minha esperança e tudo isso fora arrancado de mim...
Olhei para o céu estrelado e, pela primeira vez depois de partires, comecei a chorar. As lágrimas de cristal escorriam-me pelo rostos caindo e quebrando-se ao embaterem no chão. Passávamos noites inteiras na praia a observar o céu.
Tudo isso acabara, olhei para baixo, limpei as lágrimas dos olhos e continuei o meu caminho em busca de algo que me desse vida como tu me deste...

domingo, 18 de março de 2012

Se Morresses, Eu Morreria Contigo...

Sob as estrelas do luminoso céu, abraçava-te intensamente. Fi-lo porque o pressentimento de que te ia perder assombrava a minha alma. Dos teus olhos fluíam lágrimas, apressei-me a limpá-las e sentámo-nos na relva daquele fresco prado. A brisa suave de verão embatia sobre ti emanando o cheiro do teu perfume...
«O que tens amor?».
«Estou feliz por finalmente estar aqui, contigo, para sempre...» - as lágrimas caíam agora mais rápido.
Beijei-te.
«É mesmo para sempre?» - o receio que tinha de te perder não havia desaparecido.
«Não! Na verdade, vou partir! Vou deixar aquilo que eu mais amo, a minha vida, a minha razão de viver. Vou deixar tudo isso para trás...» - os meus olhos abriram-se de incredulidade.
«Vais deixar-me? Porquê?! Eu preciso de ti, ao pé de mim...» - agora também eu chorava.
O silêncio abatera-se sobre a noite gélida por alguns segundos.
«Desculpa.».
 Foi tudo o que disseste olhando para o relógio. Cada segundo parecia eterno, o meu coração bombeava lentamente. Se aquilo não era o fim, então estaria muito próximo.
Levantaste-te e preparaste-te para partir.
«Eu amo-te, leva isso contigo no coração...».
«Eu também te amo.».
«Então leva-me contigo. Leva-me para onde quer que vás, mesmo que esse sítio seja a morte...».
E com um forte abraço e um beijo intenso, consegui perceber que a resposta era positiva.
As lágrimas agora caíam-me de felicidade. Se morresses, eu morreria contigo.

sexta-feira, 9 de março de 2012

O Harmonioso Barulho Da Chuva...

Com o harmonioso barulho da chuva a bater na janela do nosso quarto, não conseguia dormir.
Cada gota era uma nota musical criando assim, uma perfeita melodia...
Olhei para o lado, vi que dormias profundamente e lembrei-me do quanto adoravas aquela chuva... Estou certo de que a estavas a ouvir, mesmo não estando acordada. Acariciei-te o rosto e beijei-te. Os meus lábios frios embateram sobre os teus que ferviam como lava.
Era uma sensação única, nostálgica e deveras cativante. Cada beijo era especial, inesquecível.
O beijo que ateara o fogo do nosso amor seguia o ritmo da chuva.
Agora, não só a melodia recitada pela chuva estava perfeita, como também todo o momento o estava. Tudo estava perfeito devido ao facto de nunca mais haver distância entre nós.
Tu agora estás comigo, para o todo e eterno sempre...
E na chuva granizada que batia no parapeito da janela como pequenos meteoros, continuavas tu, adormecida pelo som de tão bela melodia...