quarta-feira, 25 de maio de 2011

Mas Onde Estarias Tu Para Além Dos Meus Sonhos?

A cada noite que passava os sonhos tornavam-se mais intensos. Mas neles, aparecia sempre a mesma rapariga loira, de olhos tão azuis quanto a safira. Era impossível que ao acordar não me lembrasse daqueles olhos. Cada lágrima derramado pelos mesmos, reluzia com o brilho do sol a incidir sobre elas. Limpava-te o rosto, mas não sabia porque é que estavas a chorar, na verdade, nunca tinha ouvido a tua voz. Nunca te tinha visto senão ali, no mundo dos sonhos.
Começava a desesperar ao ver-te sempre a chorar e fiz uma tentativa de tentar saber porque. Quando as primeiras palavras saíram, o meu coração começou a bater a uma velocidade incrível. Disseste-me que todas as noites choravas porque eu não te reconhecia, disseste-me que no passado havíamos estado juntos e felizes e disseste-me que antes de partir te tinha dito que jamais me esqueceria de ti. O meu coração congelou ao ouvir tais palavras, agora assimilava cada detalhe teu. O teu cheiro, o teu toque, a tua voz e sobretudo, o teu olhar... Tudo isto era agora inconfundível.
Mas onde estarias tu para além dos meus sonhos?

domingo, 22 de maio de 2011

Jamais Serei Feliz Sem Ti...

A tua respiração indicava que o fim estava próximo. Não só o teu, mas como o meu também. Se partisses, partiria contigo, sem sequer olhar para trás.
Tinha-te sobre os meu braços, esperando que a morte nos levasse.
O teu sangue estava gélido como a noite, não havia maneira de evitar o que viria a acontecer. O brilho da lua contrastava com as águas negras daquele lago.
«Aguenta, luta por tudo aquilo que é nosso...». A forma como te disse aquilo, parecia ter-te dado forças, mas tudo não passava de uma ilusão. Tudo o que eu queria era ficar contigo, quer morto, quer vivo.
«Promete-me uma coisa... Quando eu for, não venhas comigo. Fica, sê feliz sem mim, sabes que eu vou sempre amar-te.»
«Não, não posso prometer-te isso, eu amo-te acima de tudo, jamais te deixarei, jamais serei feliz sem ti...»
As lágrimas escorriam-nos do rosto, como uma cascata a fluir. Como se nada tivesse acontecido, beijamo-nos e por momentos pensei que jamais me deixarias mas apenas alguns segundos mais tarde, fechaste os olhos e partiste para o outro mundo...

quinta-feira, 19 de maio de 2011

A Rapariga Fria.

Junto àquela cascata, recordava o passado. Um passado frio e doloroso, mas ao mesmo tempo agradável. Aliás, era disso que o amor era feito: de dor e de escuridão. Nesse passado, havia uma rapariga, aparentemente, doce e inocente, incapaz sequer de fazer jorrar uma lágrima de um olho. Com o passar do tempo vim a descobrir que essa rapariga, não era tão doce nem tão inocente quanto parecia. Pelo contrário, era fria e perspicaz. Por cada pessoa que se apaixonava, arrancava-lhes o coração, ou pelo menos, destruía-o em mil pedaços. E foi nesse momento que os nossos destinos se cruzaram, tinha-me apaixonado pela mulher mais fria e mais cruel do mundo. Mas naquele momento tudo o que eu via era a perfeição das suas maldades, nelas, não via qualquer crueldade. Perfeitos também eram os traços do seu rosto, era linda... Esperava por ela, para que também me pudesse destruir o coração. Mostrar-lhe-ia que não seria tão fácil arrancar-me o coração como tinha feito imensas vezes antes... Mostrar-lhe ia, que com o amor que por ela sentia, poderia derreter qualquer glaciar, eventualmente, o glaciar que lhe envolvia o coração...

terça-feira, 10 de maio de 2011

A Fotografia Perfeita...

Apesar da dor que sentia, voltei àquele mesmo lugar para recordar a nossa história. Tudo parecia continuar igual, retirando apenas um simples pormenor... Desta vez, eu estava sozinho, não te tinha ao meu lado para apreciar tudo aquilo que aquele maravilhoso lugar nos proporcionava. Era verdade, naquela perfeita fotografia, a única coisa que faltava eras tu. As nuvens, de uma maneira estranha mas ao mesmo tempo agradável, estavam exactamente no mesmo sitio. As árvores, moviam-se com a força do vento, fazendo soar perfeitas melodias, melodias essas que nos faziam recordar qualquer momento ali vivido. O lago, ao contrário das árvores estava estático, como se sobre ele, estivesse uma fina e brilhante camada de gelo.
Dobrei a fotografia e decidi aproximar-me...
Naquele lago tão puro e límpido quanto as nossas almas, observei o reflexo que me mostrava.
Nele estava o meu reflexo junto do teu... Estavas ali, sempre estiveste, agora aquela linda paisagem estava completa, e não só a paisagem, como eu... Eu finalmente já me sentia completo...

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Uma Estrada Sem Fim...

Eu realmente precisava de ti. Caminhava por uma estrada sem fim... Precisava que me ajudasses a encontrar um novo caminho, precisava que desses luz à minha escuridão, precisava que me devolvesses a alma e que desses um brilho à Lua. Nada era a mesma coisa sem tudo isso. As estrelas, deixaram de brilhar, os rios e mares, acabaram por secar e, depois da noite, nunca mais voltou a ser dia. Tinhas levado tudo isso contigo. Esperava que a tua felicidade fosse infinitas vezes mais que a minha. Só me restava ir ter contigo para que tudo voltasse ao que era. O problema é que estavas longe. Não sei até quando é que o meu coração não deixa de bater, não sei quando é que as minhas forças vão finalmente esgotar-se. Quando souber, já será tarde demais... Mas prometo-te uma coisa: Irei lutar até à mais ínfima batida que o meu coração der, porque enquanto ele está a bater, eu sei que ainda estás viva...