terça-feira, 27 de setembro de 2011

Lembrar-me-ia De Ti?

A escuridão apoderava-se da minha alma, a cada segundo que estivesse longe de ti. As minhas forças eram ínfimas, mas mesmo assim, eu não desistia de te procurar. A única coisa que as alimentava era um amor como o nosso. Tinha esperança que estivesses viva... Olhei para o céu à espera de uma resposta. Nem a Lua nem as estrelas me deram uma.
Prossegui caminho sempre contigo no pensamento.
«Se tiver que morrer sem ti, que seja depressa...».
Percorri mais uns metros com a esperança a ser a penúltima a morrer. O último seria eu...
Estavas deitada naquele chão seco, já sem vida. Aproximei-me e segurei no teu corpo.
«Desculpa, não consegui chegar a tempo... Amo-te tanto como no primeiro dia em que te vi...».
Olhei para o céu num acto de revolta.
«Leva-me, leva-me também. Leva-me para junto dela...».
De um momento para o outro, a chuva abateu-se sobre os nossos corpos. Abri os braços para me entregar completamente à chuva e à morte.
A nossa história, em vida, nunca chegou a ter fim. Mas agora que vou a caminho, todas as minhas forças e esperanças de te encontrar voltaram a ficar cheias. Lembrar-me-ia de ti? A nossa história precisava de um fim...

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

As Nuvens...

As nuvens preenchiam o céu, assim como a saudade me preenchia o coração.
Tinha ficado demasiado tempo longe da única coisa que me fazia estar vivo. Estava a morrer pouco a pouco, como se a cada segundo que passasse, uma parte da minha vida fosse consumida pela vontade de te ver. A dor provocada por tamanha saudade era insuportável, fazendo-me avançar até à ponta do infindável penhasco. Se não estivesse contigo, não valeria a pena viver.
«Não faças isso, tu sabes que podes encontrá-la. Usa o teu coração, usa a tua alma.».
Aquela voz... Era a mesma voz que me dizia sempre o que fazer nas alturas mais difíceis.
Olhei para a frente em busca de respostas. Nada. Procurei concentração, na tentativa de ouvir os teus pensamentos. Nada.
Dei mais uns passos em direcção à ponta do penhasco, preparando-me para saltar.
«Não! Não saltes, por favor... Eu estou aqui...».
Esta era a voz que eu há muito desejara ouvir. Virei-me na tua direcção e caminhei até ti. Sentia o teu perfume e o toque da tua mão na minha.
«Onde é que andaste? Porque é que desapareceste?».
«Desapareci porque te amo, e andei todo este tempo à tua procura.»
«Se me amasses, não me terias deixado.», beijei-te num acto de refúgio.
«A partir de agora, jamais te deixarei...».
«Assim espero, meu amor...».
Ao abraçar-te de novo, olhei para o céu. Tinha descoberto.

sábado, 10 de setembro de 2011

Até Que Um De Nós Partisse...

Naquela noite estrelada, conseguia ver o brilho das estrelas nos teus olhos. No teu cabelo, incidia o brilho da lua, com uma luz magnificamente encantadora.
«Amor, vais ter que me prometer uma coisa...».
Olhei para ti seriamente, com receio do que virias a dizer.
«Tudo o queiras...», apesar de o ter dito com convicção, por dentro, a minha voz tremia.
«Nunca te esqueças de mim.», na tua voz, haviam tons de medo e de incerteza.
«Seria impossível isso acontecer...».
«Nunca me deixes.», as lágrimas começavam a aparecer nos teus olhos. Nunca tinha visto olhos tão belos como os teus.
«Não te posso prometer isso...».
«Eu sabia que tudo isto seria bom demais...».
«No dia em que te deixar, um de nós terá partido...». As lágrimas agora escorriam-te a fio. As lágrimas tornaram-se prata no momento em que o brilho daquela noite cintilante incidiu sobre as mesmas.
«Prometo que ficarei sempre ao teu lado.», ao dizeres aquilo, também as minhas lágrimas começaram a emergir. Limpei o teu rosto, e beijei-te.
«Só mais uma coisa... Costumas cumprir as tuas promessas?», esta pergunta, fez com que o meu coração falhasse uma batida.
«Já alguma vez falhei alguma?».
«Não.» - Com aquela resposta, fiquei a saber que, afinal, seria contigo que iria passar o resto da minha vida, até que um de nós partisse.

domingo, 4 de setembro de 2011

A Tua Alma...

Observava a tua alma através dos teus olhos. Neles, estava espelhado a dor e a saudade sentidas até então. Neles, ardia um fogo intenso sobre um gelo petrificante que consumia a cada segundo que passava um pedaço da tua vida. O amor tem a durabilidade de um arco-íris, é belo enquanto existe, e igualmente provável que desapareça num abrir e fechar de olhos...
«Este adeus, será um adeus eterno. Talvez nos encontremos na próxima vida...».
«É isto mesmo que queres?».
«Não, é isto mesmo que tem que ser...».
«Então... Explica-me apenas porquê...».
«A razão para tudo isto é a mais simples de todas: porque te amo.».
«Se me amasses ficavas comigo, morrias comigo...».
«Às vezes o amor e o ódio são sentimentos muito semelhantes e fáceis de confundir.».
O brilho da lua reflectia-se agora nos teus olhos. As lágrimas começavam a cair, trazendo esse brilho com elas.
«Está na hora não é?».
«Sim, está na hora...».
Agarrei no meu casaco e dirigi-me à porta.
«Espera...».
O meu corpo ficou gélido.
«Guarda isto...»
O fio de prata que me deste era lindo. Beijei-te, sabendo que aquela, seria a última vez que o faria.
«Sempre que olhares para esse fio, lembra-te dos meus olhos. Vais ver que neles, só verá lágrimas jorradas por ti. E será só neles que encontrarás o verdadeiro significado do amor...»
Desta vez, dirigi-me para a porta sem olhar uma única vez para trás. A minha alma e o meu coração tinham ficado naquela casa, contigo.