domingo, 25 de dezembro de 2011

Pelo Extenso Oceano...

Navegávamos no nosso pequeno barco pelo extenso oceano. As marés estavam calmas e o sol brilhava magnificamente, rflectindo o brilho do teu cabelo e dos teus olhos...
«Não existe sítio neste mundo onde eu preferisse estar...» - a minha voz transmitia segurança mas o sorriso não apareceu nos teus lábios.
«Passa-se alguma coisa meu amor?» - inquiri.
«Só tenho medo de te perder... Comparado com esse medo, acho que não há nada de que tenha receio...».
Inclinei-me ligeiramente para a frente e olhei-te nos olhos. Ao fazê-lo, perdi-me no imenso azul que eles possuíam, e as palavras começaram a escassear. Por fim, disse:
«Minha princesa, o único dia em que, aparentemente, me vais perder, será o dia da minha morte. Digo aparentemente porque mesmo estando do outro lado, estarei sempre contigo. Proteger-te-ei dos perigos do mundo e cuidarei de ti como tenciono fazer em vida. A única coisa que não será igual é o facto de não me poderes ver e tocar. Mas para compensar essa dor, poder-me-ás sentir...».
«Amar-me-ás para sempre?» - a tua voz tremia e consegui sentir que as lágrimas estavam para vir...
«Para sempre? Não. Para sempre é um espaço muito curto para o tempo que te vou amar. Amar-te-ei eternamente, visto que o sempre pode ser já amanhã. Tenho a certeza que nos encontraremos numa outra vida e em outras mil que viveremos. O nosso amor é demasiado forte e especial para ser vivido numa só vida. Mas estejas onde estiveres, eu vou procurar-te. Quer passe um ano, uma década, um século ou mesmo um milénio...».
Encostaste a cabeça ao meu peito e os teus olhos explodiram em lágrimas. Decidi envolver-te com os braços.
Sorriste.

domingo, 18 de dezembro de 2011

Uma Em Milhões...

Conseguia ouvir os nossos corações a baterem com a mesma intensidade e precisão. As chamas das nossas almas ardiam agora com fulgor, provocando um calor intenso e reconfortante nos nossos corpos. Os teus olhos fixavam os meus, e neles, consegui ver a inocência e o amor de um ser frágil e vulnerável. O brilho que neles se afixava era intenso e sincero. Um brilho como esse, restringia-se apenas às pessoas que amavam verdadeiramente.
As lágrimas escorriam-me pelo rosto...
«O que é que se passa?».
Para ser sincero, nem eu sabia o que se estava a passar. Aos meus olhos, afluíam lágrimas de medo e de alegria... Decidi não mentir:
«Tenho medo de te perder mas ao mesmo tempo, sinto-me feliz por poder abraçar-te, beijar-te e tocar-te...».
«A única razão que tens para chorar, é o facto de estarmos aqui, os dois, abraçados para toda a eternidade...».
As lágrimas depressa te contagiaram, começaste a derramá-las.
«E porque é que tu estás a chorar?». O meu coração estava apertado e a minha respiração cada vez mais ofegante.
«Porque a nossa eternidade, acabará amanhã...». No meu rosto estava espelhada a incredulidade e a dor que aquela notícia me provocara. A vontade de gritar era enorme, mas da minha boca não saía um único som. Com dificuldade, acabei por dizer:
«Porquê?».
«Tenho uma doença raríssima e amanhã, por esta hora, estarei a olhar por ti lá de cima. Decidi não contar-te porque a última imagem que queria ter de ti era a sorrir. E a ultima palavra que quero ouvir da tua boca é um «Amo-te». Por favor, vamos viver esta noite como se fosse a última...».
«Não será o nosso amor mais forte que essa doença?».
«Existe uma hipótese em milhões de eu sobreviver...».
«Meu amor...» - sorri - «Vou agarrar-me a essa hipótese com toda a força que tenho... Para achar o amor da minha vida, também só tinha uma hipótese em biliões. No entanto, tu foste essa hipótese... E por isso, amar-te-ei até ao último segundo das nossas vidas... E digo nossas, porque quando a tua acabar, a minha acabará também.».
E num ambiente de amor e esperança, envolvi-te num abraço reconfortante...

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Nunca Aprenderei A Viver Com Isso...

Caminhava pela escuridão densa daquela praia. Apesar do calor nocturno, o meu corpo e o meu coração permaneciam gélidos. Parei e sentei-me na areia...
«Se estivesses aqui, poderias ver nos meus olhos, todo o amor que sinto por ti...».
Agarrei numa pedra e atirei-a ao mar, saltitando por entre as ondas.
«Devia ter-te dito tudo em vida...».
Começou a chover... Lembrava-me de como amavas aquele tempo. Uma lágrima escorreu-me pelo rosto, disfarçada pela chuva. A tua voz ecoava na minha cabeça sem um único momento de pausa. A velocidade a que as lágrimas me afluíam, agora, era estonteante. Agarrei-me às memórias e revivi momentos magníficos e avassaladores simultaneamente. Momentos de amor, de prosperidade, de dor e de saudade. Revivi cada um com a minha mente, desejando a cada segundo uma segunda oportunidade.
Olhei para o mar... Estava negro e sereno. O barulho que fazia era calmo e acolhedor, fazendo-me sentir igualmente calmo. Sorri sarcasticamente revoltado com o destino. A tua perda causara em mim efeitos que mais nada poderia causar. Se aprenderei a viver com isso? Não, nunca...

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

A Despedida...

Estou deitado na cama do quarto de hotel a aguardar a tua chegada. Esperava que chegasse o adeus, que fosse a última vez que te visse ou tocasse. A partir desse momento, começariam as insónias, os apertos no coração, a vontade de chorar e até mesmo a dificuldade em respirar. A partir desse momento, a minha vida ficaria a preto e branco e a minha alma ficaria enterrada num buraco negro, sem fim.
Ouvia passos no corredor, mas sabia que nenhum deles eram os teus. Enquanto esperava, levantei-me e preparei um copo de whisky, dirigindo-me para a janela. Contemplei toda a cidade e nela vi um enorme jogo de luzes que cintilavam de um lado e de outro.
O meu coração começou a bater cada vez mais depressa, agora ouvia os teus passos, suaves e proporcionais, a aproximarem-se. Bateste à porta do quarto. Apressei-me a ir abri-la...
«Sabes que chegou a hora, não sabes?», foi tudo o que disseste.
«Só não percebi o porquê...», as lágrimas escorreram-me do rosto. Toda a minha dor e angústia estavam agora a fluir como rios...
Aproximaste-te de mim e beijaste-me. Agora também os teus olhos estavam húmidos.
«Prometes-me que ficas bem?».
A ridicularidade daquela pergunta fez-me sorrir ironicamente.
«Como é que eu posso ficar bem se estou pela última vez com a pessoa que mais amo nesta vida? Como é que posso ficar bem se tudo aquilo que eu tenho me está a ser arrancado assim? Desculpa mas não posso prometer-te isso...».
Viraste-me as costas e dirigiste-te para a porta.
«Vais-te mesmo embora?», a minha voz tremia de tanta incredulidade.
Paraste durante alguns segundos. Por momentos pensei que tinhas colocado em causa a opção de ficar.
De seguida continuaste o teu caminho, sem olhar uma única vez para trás.
No meu mundo, tinha-se abatido, instantaneamente uma escuridão profunda. Nunca mais voltaria a ser o mesmo...  

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

A Cabana...

A minha mão encaixava na tua como duas peças de um puzzle encaixavam entre si... A tua voz entoava na minha cabeça com as palavras mais doces do mundo. Naquela cabana, havíamos vivido um turbilhão de emoções. Tantas lágrimas jorradas, quer por tristeza ou felicidade, tantos sorrisos mostrados, quer sinceros ou forçados. Apesar de toda a dor que sentíamos em momentos difíceis e árduos, o nosso amor prevalecia. Era mais forte que qualquer corrente oceânica, que qualquer vento brusco. Era mais forte do que o próprio Universo. Ajustando-se ao mesmo, também era Infinito. Estejas onde estiveres, estás a ouvir estas palavras a ecoar na tua cabeça. Sabes que farei o possível e o impossível para te encontrar e trazer novamente para esta cabana. Sabes que só pararei de lutar quando um de nós morrer...
Ao escrever isto, uma lágrima escorreu-me do rosto. Estava sentado junto à mesa de madeira que ocupava um bom espaço da sala de estar. Esta estava agradavelmente quente mas o meu coração permanecia gelado. Escrevia estas palavras e estas mesmas eram carimbadas  com lágrimas. Eu iria procurar-te por todo o mundo...
De um momento para o outro senti uma brisa gélida nas costas; a porta abriu-se.
«Não precisas de ir muito longe...».
Era a tua voz... Os meus músculos petrificaram e as lágrimas fluíam como a água de uma bela cascata...
Realmente tinhas ouvido tudo aquilo que tinha escrito, e tinhas decidido fazer o mesmo: procurar-me.
Num ápice saltei da mesa e envolvi-te nos meus braços. O gelo do meu coração automaticamente ficou reduzido a chamas. Agora o meu mundo estava mais completo que nunca. Beijei-te e prometi-te que nunca mais te iria deixar partir...

domingo, 6 de novembro de 2011

Tu Não Estás Aqui...

Caminhava sobre o fogo ardente, que a dor da tua ausência me causava. Desde a tua partida que não escrevo, que não expresso os meus sentimentos e emoções. Desde que partiste que estou morto. Apenas vivo de toda a dor que a saudade me proporciona.
Ter a consciência que me deixaste, sem saberes o quanto te amava, transforma parte da minha dor em arrependimento.
Tal como as folhas das árvores eram arrancadas pelo vento, no inverno, um pedaço da minha vida caía-me aos pés a cada segundo que passasse longe de ti. Ansiava pelo teu calor, pelo teu beijo, pelo teu toque. Ansiava por ver o teu magnífico rosto, que de tão belo e inocente que é, provoca um vazio constante dentro do meu coração. Esse vazio, ocupar-se-a apenas com a tua presença. A nossa chama extinguia-se consoante o tempo que passava, mas o meu amor por ti, dava-lhe o combustível necessário para que o seu maravilhoso e brilhante  fogo não cessasse. Eu lutaria até ao fim, daria tudo o que tenho e o que não tenho, mas não vale a pena, tu não estás aqui...

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

A História Das Nossas Vidas...

Para escrever a história da minha vida, teria automaticamente que escrever a da tua... Ambos nascemos no dia em que nos conhecemos e ambos morreremos a partir do momento em que não estejamos um com o outro. Para escrever a história das nossas vidas, necessitaria de uma imensidão de folhas, pois não foram poucos os "Amo-te", não foram poucos os momentos em que te protegi, em que te abracei e beijei. Não foram poucas as vezes que chorámos, sentindo a dor, que a ausência um do outro nos causava. Mas mesmo assim, consigo perceber que durante a nossa história, existiram e haverão de existir inúmeras vírgulas, mas jamais um ponto final. Consigo perceber que se te perder uma vez, nunca mais te terei de novo, nunca mais encontrarei alguém, alguém que fosse a minha vida e ao mesmo tempo a razão de viver. Estejas onde estiveres agora,  quero que saibas que ainda temos muitas páginas em branco, que gritam silenciosamente para serem escritas... Cabe-te a ti preenche-las... Cabe-nos a nós não deixar que ela acabe...

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Tarde Demais...

Desde a tua partida, nunca mais chovera. Desde que te foste embora que a noite não vem até mim, que todas as flores, deixaram de florir. Desde a tua partida que o meu coração já não bate como batia. As nuvens cobriam o céu, ocultando assim, o brilho do sol da meia-noite. Todo aquele lugar estava escuro e negro, sem qualquer sinal de vida. Tudo o que era cor, fora levado por ti, juntamente com a minha alma.
E todos os dias eu ia para aquela falésia, aguardar o teu regresso. Dias e dias a fio, sem que visse qualquer detalhe do teu rosto. As esperanças desvaneciam-se com o passar dos dias. A minha vida já há muito tempo que não fazia sentido, todas aquelas razões tornavam a ideia cada vez mais fixa. Observei a enorme falésia, que me aliciava cada vez mais a tomá-la. Andei em frente, com a ideia de que jamais hesitaria, jurando a mim mesmo não voltar atrás. À medida que ia avançando, uma voz chamou o meu nome. Os meus olhos encheram-se de lágrimas e os meus músculos petrificaram. Virei-me devagar, na dúvida de que tudo não seria uma ilusão. E lá estavas tu... Cada pormenor do teu inocente rosto permanecia exactamente igual depois daqueles anos todos. Tinhas vindo para tirar de mim, a única coisa que ainda não tinhas: a esperança e a minha vida.
«Espera, não faças isso!», gritaste.
Amei-te uma vez, não podia cometer o erro de te amar outra vez. Dei um passo para trás e deixei que a morte me levasse. Enquanto caía, as nuvens desapareceram e o sol, mostrou novamente os seus raios ao mundo. As flores, floriram como nunca antes o tinham feito. O meu coração, voltou a bater tão rápido como antes.
«Tarde demais...».

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

O Amor Não Tem Limites...

O mar bramia fortemente, ecoando no meu pensamento. Caminhava pela beira-mar, sentindo a areia fria sob os pés molhados. Pensava em ti enquanto o mar batia  nas rochas. Lembrava-me do teu sorriso, do teu olhar inocente e profundo, do teu perfume e do teu toque mágico de fazer as coisas. Lembrava-me de todo o amor que oferecíamos um ao outro, na esperança de receber cada vez mais do mesmo. A brisa soprava ao de leve fazendo com que o meu cabelo levantasse suavemente. Nunca cheguei a cumprir a minha promessa nem tu a tua. Não tínhamos ficado juntos para sempre, mas tínhamos vivido o suficiente para saber que o amor não tem limites. Cada segundo passado ao teu lado, aumentava a dependência que tinha de ti. Na realidade, o amor não passa de uma droga que, por muito alucinante que seja, nos vai matando aos poucos, causando-nos ilusões de estabilidade e conforto. E para este tipo de droga, só existem duas curas: uma á a morte, a outra, és tu...

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

O Sonho...

Escrevia-te cartas mesmo sabendo que nunca as irias ler.
Escrevia-as com todo o amor que guardava dentro de mim... Escrevia-as contigo no meu pensamento... Escrevia-as com lágrimas nos olhos, sabendo que jamais te voltaria a ver. Poderia dizer-te que iria ter contigo, mas a mentira seria tão grande quanto a dor que sentia. Mesmo morrendo sabia que nunca te iria encontrar novamente, um amor destes, só existe uma vez. Uma única vez. O pensamento de te ter novamente junto a mim, fazia com que o meu coração falhasse uma batida. Na verdade, ele batia porque simplesmente tinha que bater. Batia sem qualquer razão para bater... Todo ele estava preenchido pela escuridão e saudade. Tudo o que poderia fazer era dormir. Dormir à espera de um sonho em que visse novamente o teu rosto, perto do meu, ouvindo a tua respiração ofegante e o bater dos nossos corações, desta vez, batendo um pelo outro... E nesse sonho, a minha esperança, não seria ter-te novamente nos meus braços, mas sim, nunca mais acordar...

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Lembrar-me-ia De Ti?

A escuridão apoderava-se da minha alma, a cada segundo que estivesse longe de ti. As minhas forças eram ínfimas, mas mesmo assim, eu não desistia de te procurar. A única coisa que as alimentava era um amor como o nosso. Tinha esperança que estivesses viva... Olhei para o céu à espera de uma resposta. Nem a Lua nem as estrelas me deram uma.
Prossegui caminho sempre contigo no pensamento.
«Se tiver que morrer sem ti, que seja depressa...».
Percorri mais uns metros com a esperança a ser a penúltima a morrer. O último seria eu...
Estavas deitada naquele chão seco, já sem vida. Aproximei-me e segurei no teu corpo.
«Desculpa, não consegui chegar a tempo... Amo-te tanto como no primeiro dia em que te vi...».
Olhei para o céu num acto de revolta.
«Leva-me, leva-me também. Leva-me para junto dela...».
De um momento para o outro, a chuva abateu-se sobre os nossos corpos. Abri os braços para me entregar completamente à chuva e à morte.
A nossa história, em vida, nunca chegou a ter fim. Mas agora que vou a caminho, todas as minhas forças e esperanças de te encontrar voltaram a ficar cheias. Lembrar-me-ia de ti? A nossa história precisava de um fim...

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

As Nuvens...

As nuvens preenchiam o céu, assim como a saudade me preenchia o coração.
Tinha ficado demasiado tempo longe da única coisa que me fazia estar vivo. Estava a morrer pouco a pouco, como se a cada segundo que passasse, uma parte da minha vida fosse consumida pela vontade de te ver. A dor provocada por tamanha saudade era insuportável, fazendo-me avançar até à ponta do infindável penhasco. Se não estivesse contigo, não valeria a pena viver.
«Não faças isso, tu sabes que podes encontrá-la. Usa o teu coração, usa a tua alma.».
Aquela voz... Era a mesma voz que me dizia sempre o que fazer nas alturas mais difíceis.
Olhei para a frente em busca de respostas. Nada. Procurei concentração, na tentativa de ouvir os teus pensamentos. Nada.
Dei mais uns passos em direcção à ponta do penhasco, preparando-me para saltar.
«Não! Não saltes, por favor... Eu estou aqui...».
Esta era a voz que eu há muito desejara ouvir. Virei-me na tua direcção e caminhei até ti. Sentia o teu perfume e o toque da tua mão na minha.
«Onde é que andaste? Porque é que desapareceste?».
«Desapareci porque te amo, e andei todo este tempo à tua procura.»
«Se me amasses, não me terias deixado.», beijei-te num acto de refúgio.
«A partir de agora, jamais te deixarei...».
«Assim espero, meu amor...».
Ao abraçar-te de novo, olhei para o céu. Tinha descoberto.

sábado, 10 de setembro de 2011

Até Que Um De Nós Partisse...

Naquela noite estrelada, conseguia ver o brilho das estrelas nos teus olhos. No teu cabelo, incidia o brilho da lua, com uma luz magnificamente encantadora.
«Amor, vais ter que me prometer uma coisa...».
Olhei para ti seriamente, com receio do que virias a dizer.
«Tudo o queiras...», apesar de o ter dito com convicção, por dentro, a minha voz tremia.
«Nunca te esqueças de mim.», na tua voz, haviam tons de medo e de incerteza.
«Seria impossível isso acontecer...».
«Nunca me deixes.», as lágrimas começavam a aparecer nos teus olhos. Nunca tinha visto olhos tão belos como os teus.
«Não te posso prometer isso...».
«Eu sabia que tudo isto seria bom demais...».
«No dia em que te deixar, um de nós terá partido...». As lágrimas agora escorriam-te a fio. As lágrimas tornaram-se prata no momento em que o brilho daquela noite cintilante incidiu sobre as mesmas.
«Prometo que ficarei sempre ao teu lado.», ao dizeres aquilo, também as minhas lágrimas começaram a emergir. Limpei o teu rosto, e beijei-te.
«Só mais uma coisa... Costumas cumprir as tuas promessas?», esta pergunta, fez com que o meu coração falhasse uma batida.
«Já alguma vez falhei alguma?».
«Não.» - Com aquela resposta, fiquei a saber que, afinal, seria contigo que iria passar o resto da minha vida, até que um de nós partisse.

domingo, 4 de setembro de 2011

A Tua Alma...

Observava a tua alma através dos teus olhos. Neles, estava espelhado a dor e a saudade sentidas até então. Neles, ardia um fogo intenso sobre um gelo petrificante que consumia a cada segundo que passava um pedaço da tua vida. O amor tem a durabilidade de um arco-íris, é belo enquanto existe, e igualmente provável que desapareça num abrir e fechar de olhos...
«Este adeus, será um adeus eterno. Talvez nos encontremos na próxima vida...».
«É isto mesmo que queres?».
«Não, é isto mesmo que tem que ser...».
«Então... Explica-me apenas porquê...».
«A razão para tudo isto é a mais simples de todas: porque te amo.».
«Se me amasses ficavas comigo, morrias comigo...».
«Às vezes o amor e o ódio são sentimentos muito semelhantes e fáceis de confundir.».
O brilho da lua reflectia-se agora nos teus olhos. As lágrimas começavam a cair, trazendo esse brilho com elas.
«Está na hora não é?».
«Sim, está na hora...».
Agarrei no meu casaco e dirigi-me à porta.
«Espera...».
O meu corpo ficou gélido.
«Guarda isto...»
O fio de prata que me deste era lindo. Beijei-te, sabendo que aquela, seria a última vez que o faria.
«Sempre que olhares para esse fio, lembra-te dos meus olhos. Vais ver que neles, só verá lágrimas jorradas por ti. E será só neles que encontrarás o verdadeiro significado do amor...»
Desta vez, dirigi-me para a porta sem olhar uma única vez para trás. A minha alma e o meu coração tinham ficado naquela casa, contigo.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Descansa Em Paz...

Às portas da morte, todos nós nos rendemos à fé. Sabia que era uma questão de tempo até que passasses para outra vida. Talvez nessa vida nos voltemos a encontrar com todo o amor das nossas vidas anteriores. Se Deus existe, ele é imensamente cruel para mim. Via-te naquela cama de hospital... Sofrias a cada dia que passava, pioravas consecutivamente.
«Se realmente existes, leva-a, leva-a para junto de ti.», as lágrimas jorravam-me pelo rosto.
Como se Ele me ouvisse, tu acordaste.
«Amor, sinto-me muito melhor, em breve poderemos ir para casa...», disseste-o com um tom de esperança.
«Não amor, nunca mais vamos para casa...», chorava consecutivamente.
«Porquê?».
«Porque essas melhoras que sentes, são as melhoras da morte...».
O azul dos teus olhos espelhou simetricamente a dor na tua alma...
«E já que estás de partida... Eu queria perguntar-te uma coisa...».
«Tudo o que queiras meu amor...», a tua voz tremia.
«Queres casar comigo?».
«Não há coisa que eu mais queira neste momento...»
Coloquei-te a aliança na mão esquerda e em seguida coloquei-a a mim. Beijei-te uma última vez antes de partires.
«Descansa em paz meu amor...»
Segundos depois todas as máquinas tinham parado, tinhas partido.

sábado, 13 de agosto de 2011

Eu Quero Ficar Contigo Para Sempre...

As lágrimas escorriam-te pelo rosto como nunca antes tinha visto. Abraçava-te agora esperando, cada vez mais nervoso, a hora do adeus. Seria um adeus definitivo, um até sempre. Seria o fim de uma história de amor, o fim de uma grande amizade.
O meu ombro estava molhado pelas lágrimas que choravas. Levantaste o rosto e beijámo-nos. Era um beijo quente e apaixonante. Era um beijo acompanhado de um abraço cheio de saudade. Saudade essa que estaria adormecida dentro dos nossos corações.
«Preferia que me tirassem já a vida, do que ma tirarem lentamente, como estão a fazer...» - disse-to honestamente.
«A minha alma está vazia, tudo o que resta nela é dor e desespero. Não me deixes, sem ti nada serei...»
«Cada lágrima que derramas, cada suspiro que dás fazem-me reconsiderar a minha decisão. Sinto-me vulnerável e sem forças quando não estás ao pé de mim. Mas... Tens que te ir embora, para o teu bem... Para o nosso bem...»
«Mas o nosso bem é um ao lado do outro, nos bons e nos maus momentos, nas lágrimas e nos sorrisos. O nosso bem é amarmo-nos como nos amamos agora, sem deixar que alguém nos separe. Por favor, fica comigo até à morte...»
«Não...»
As lágrimas agora mostravam o teu render.
«Já não me amas? É por isso que não ficas comigo?»
«Não... Só acho que a morte, seja um futuro muito próximo para te deixar. Eu quero ficar contigo para sempre, quer seja vivo ou morto. Quer seja no Céu ou no Inferno...»

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Vamos Para O Céu...

Naquela praia reinava o barulho do mar... O nosso silêncio falava muito mais alto que qualquer palavra que pudéssemos dizer. Para confirmar tudo isso, só tinha que te olhar nos olhos. Aquele azul profundo reflectia o brilho do sol. Escorreu-te uma lágrima mas eu apressei-me a limpá-la.
Apesar do teu silêncio me dizer tudo, achei por bem falar contigo.
«Sabes que apesar da distancia que nos irá separar, o nosso amor manter-se-á tão forte como está agora.»
«Não tem nada haver com isso... A distância a que vamos estar será muito maior.»
«Vais mudar de país? Seja como for amor, irei contigo para onde fores...»
«Para qualquer lado mesmo? Será que estás disposto a vir comigo para o sítio mais longe "deste mundo"?»
Ao dizeres aquelas palavras sorriste de uma forma irónica.
«Claro que sim meu amor. Para onde é que vamos querida?»
«Vamos para o céu...»
As lágrimas agora, escorriam-nos em simultâneo...

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Promete-me...

«Promete-me que quando eu morrer, não vais jorrar uma única lágrima.»
«Mas isso é impossível... Sabes que a saudade sempre foi inimiga do amor.»
«Não... A principal inimiga do amor é a indiferença. A saudade é a prova que o amor é realmente verdadeiro.»
Estávamos deitados na nossa casa de campo e pensávamos em todos os momentos já vividos. Eram momentos carregados de sentimentos intensos, sentimentos esses que jamais serão esquecidos, memórias passadas que permanecerão nas nossas mentes até ao fim das nossas vidas. Morreríamos com o mesmo amor do primeiro dia em que nos vimos.
Passava os meus dedos pelo teu cabelo loiro. Era suave e brilhante.
«Quando morreres, quem é que me vai fazer aquilo que tu estás a fazer? Quem é que me vai sussurrar ao ouvido a palavra amo-te, quem é que me vai ouvir como tu ouves, quem é que me irá proteger de todos os perigos do mundo? Quem é que vai tomar conta de mim?»
«Se o céu me permitir, tomarei conta de ti o resto da minha eternidade, até que venhas ter comigo.»
«Não, eu não quero viver sem ti, eu não sei viver sem ti e também não quero aprender. Eu amo-te tanto que a palavra não deveria chamar-se amor.»
Uma lágrima escorreu-me pelo rosto. Não tinha arranjado argumentos para contrapor o que disseste.
«Claro, levar-te-ei comigo para onde quer que vá...»
«Prometes?»
«Prometo.»

quarta-feira, 20 de julho de 2011

O Precipício...

O silêncio tomava conta de toda a floresta. Tinha percorrido todo o mundo à tua procura, aquele era o ultimo lugar onde o tinha que fazer. As lágrimas começaram a escorrer-me pelo rosto, não havia qualquer sinal de ti... Ouvia os teus pensamentos cada vez mais perto à medida que ia andando.
«Continua, estás quase a consegui-lo! Eu estou mesmo aqui amor!».
«Onde? Tudo o que eu vejo é escuridão...»
Continuei a andar até que cheguei a um precipício.
Observei o meio que me envolvia num sentimento de tristeza e dor. O céu estava negro, com imenso nevoeiro. Olhei para baixo, tentando ver o fim daquele precipício. Parecia infindável, tal como, o desespero que sentia. Estava virado para o precipício a pensar o quanto gostava de ti. Até então não tinha encontrado palavras para descrevê-lo.
« Não desistas. Estás mais perto que nunca, eu estou aqui!»
Olhei à minha volta mas não estavas em sítio algum. Virei-me novamente para o precipício tentando ver para além do nevoeiro. Nada...
«Eu... Não te encontro! Por favor diz-me onde estás, diz-me o que tenho que fazer para te encontrar novamente!».
«Só tens que dar um passo em frente meu amor...».
Quando tomei a realidade daquelas palavras, as lágrimas caíram-me novamente. Estavas morta.
«Aguenta, aguenta só mais um bocadinho amor...».
Dei um passo em frente e deixei que o infindável precipício tomasse a minha alma...

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Dei Um Passo Em Frente...

A saudade que sentia fazia com que perdesse todas as forças. Sabia que jamais te voltaria a ver senão noutra vida. Mas não podia parar de te procurar...
Encontrava-me no cimo de um prédio. De lá, conseguia ver as luzes de toda a cidade numa fantástica harmonia com a luz das estrelas.
Só havia um lugar onde não te tinha procurado: na morte.
Antes de te procurar lá, precisava de saber que não estarias noutro lugar...
Começou a chover e as lágrimas escorriam-me do rosto. Agora sabia que não estavas no mesmo mundo que eu, agora eu tinha certezas e respostas.
Subi para o para o parapeito do prédio pronto para saltar.
«Não faças isso, eu estou bem e a seu tempo tu virás ter comigo.».
Era a tua voz, eu sabia-o. Olhei para trás mas tu não estavas lá.
«Eu não aguento nem mais um segundo sem ti amor. Tu não estás bem, nunca soubeste mentir. Aguenta, eu estou a chegar.».
Sem te dar tempo para responder, dei um passo em frente...

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Lembra-te Da Chuva...

Olhava pela janela do meu quarto, vendo a esplêndida mistura de luzes que a grandiosa cidade me proporcionava. Segurava um copo de whisky enchido apenas até meio e pensava naquilo que para mim, desde sempre, fora inevitável.
Onde estarias tu? Procurava-te há imenso tempo, mesmo sabendo que haviam hipóteses de te encontrar sem vida. Dei um gole.
Este queimou-me a garganta.
De seguida, olhei para as nuvens na esperança que elas me dessem uma resposta... Mas nada.
Na minha mente, a única imagem que via, era a do teu rosto. As saudades e o desespero de talvez nunca mais te ver destruíam-me a alma.
«Nunca te esqueças, que por muito longe que esteja, estarei sempre a teu lado... A chuva... Lembra-te da chuva...» - Lembrava-me agora das ultimas palavras que proferiste...
«E onde é que estás agora?! Onde é que estás quando eu mais preciso de ti?!» - Num acto de tamanha inconsciência atirei o copo contra a parede, voltando-me de costas para a janela.
Voltei-me novamente na tentativa de encontrar uma resposta nas nuvens. E começou a chover. Agarrei no meu casaco e saí. Ia ter contigo, quer estivesses longe ou perto, a chuva dar-me-ia todas as respostas que precisava.
Na rua, já com o peso da chuva sobre o corpo, sorri:
«Obrigado!».

sexta-feira, 24 de junho de 2011

O Sentimento Inesperado...

Há anos que tinhas partido... Há imenso tempo que não sentia o teu toque, que não cheirava o teu perfume, que não ouvia a tua voz ou os teus pensamentos. Há imenso tempo que não sentia a tua presença nem o teu amor. Na verdade, a única coisa que podia fazer era ver-te. Via-te nos meus sonhos, não sei se era de forma inconsciente ou não, mas todas as noites tu aparecias para me contemplar com toda a tua beleza. Eu não dormia para descansar, porque disso eu já não precisava. Eu dormia apenas para sonhar contigo, para te ver. Sempre que adormecia, ia para aquele sítio... E lá estavas tu, naquele banco, à minha espera. Nunca te ouvia, mas sempre que estavas feliz ou triste, eu sabia-o. Mostravas mo através de sorrisos ou de lágrimas.
Mas naquela noite, as coisas foram diferentes. Disse-te o mesmo que te dizia todas as noites:
«Não te vás embora, não sem mo dizeres primeiro...»
E foi aí que a chama que se extinguia no interior dos nossos corpos se reacendeu com um tamanho sentimento inesperado.
«Não, eu não me vou embora, se fosse, levar-te-ia comigo. Sabes que te amo acima de tudo...»
Nesse preciso instante, beijámo-nos e consegui finalmente sentir o teu toque, ouvir a tua voz e cheirar o teu doce perfume...

quinta-feira, 16 de junho de 2011

A Promessa...

O barulho da chuva e do vento impedia que ouvisse a tua voz. Estavas perto, eu sentia-o.
Com o peso da incessante chuva no corpo, começava a perder as forças...
«Não, tenho de continuar... Tenho que te encontrar o mais rapidamente possível!»
Continuei andar, até que uma enorme escuridão abateu se sobre mim.
Não via nem ouvia nada, realmente, parecia que estava morto.
«Encontraste-me...». Aquela voz era inconfundível. Era a tua voz...
«Onde é que estamos?»
Começaste a chorar, esplendidamente. Tu eras lindíssima, mas eu, de um certo modo, gostava de te ver chorar, tornavas tudo o que estava à tua volta bonito, até mesmo, mágico.
«Estamos mortos...». E foi nesse preciso instante que comecei a sentir o meu corpo gélido e que vi a cor lívida que tinha.
«Mas como? Eu estava à tua procura, como é que de um momento para o outro nós...?». Na minha voz notava-se um tom de incredulidade.
«Chegaste tarde demais, eu não tive forças para aguentar, desculpa. Sabias que se eu partisse, tu virias comigo...» As lágrimas continuavam a escorrer-te pelo rosto.
«O nosso amor ultrapassava qualquer impossibilidade, conseguia ouvir os teus pensamentos e sentir os teus sentimentos... Porque é que estás tão triste?»
«Porque... Isto é um adeus. Um adeus eterno, jamais nos voltaremos a encontrar...»
«Espera, não vás já, onde é que te posso encontrar? Porque é que... Não te esqueças que te amo!» Já era tarde demais, tinhas partido.
Agora, estou exactamente no mesmo sitio em que me deixaste, à espera que voltes para que possas ouvir as únicas palavras que nunca ouviste: Até um dia...
Sim, aquilo era uma promessa.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

A Montanha.

Daquela montanha via o oceano a prolongar-se perante os nosso olhos. O azul do mar juntava-se com o do céu. Na água, reflectia-se o brilho intenso do sol, este incidia também sobre o teu cabelo loiro.
Não havia saída, as ondas do mar cercavam-nos com a sua tremenda força. Nunca mais veríamos o mundo para além daquele azul imenso.
Morreria contigo, iria para onde a morte nos levasse, tomaria conta de ti tal e qual como em vida o fizera.
O sol estava a pôr-se e o céu começava a escurecer. As únicas escolhas que tínhamos era aguardar que a morte nos tomasse ou tomarmos nós mesmos a própria morte. Apesar situação, a escolha que iríamos tomar já estava à muito pensada. Agarrei-me a ti, encaminhando-te para o fim.
«Espera... Quero ver pela última vez o brilho da lua e das estrelas.».
«Claro, tudo o que quiseres...», agora tudo o que podia fazer por ti era simplesmente isto...
A lua e as estrelas brilharam mais que nunca sobre os nossos olhares.
«Estás pronta amor?».
«Agora estou...».
Encaminhámo-nos para o precipício...
«Amo-te».
«Amo-te».
Uma lágrima escorreu-te pelo canto do olho. Limpei-a de seguida.
«Ficaremos juntos, prometo»
E saltámos...

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Quando Eu Morrer...

«Quando morrer, quero que guardes uma fotografia nossa. Uma fotografia que mostre um dos muitos momentos que passámos. Quero que sempre que te lembres de mim, o teu olhar brilhe e que caia uma lágrima, porque lágrima mais doce que essa não haverá de certeza... Quero que vás à nossa praia e te lembres de tudo o que aconteceu nela, quero que vejas o pôr -do-sol e que fales comigo. Sim, eu vou estar a ouvir-te... Cuidarei de ti esteja onde estiver. Olha também para a Lua e para as estrelas, verás nelas o reflexo do teu olhar e lembrar-te-às de todas as noites passadas no prado. Lembra-te de quem fui e do que fiz, lembra-te de mim, lembra-te de nós... Sabes que nunca ninguém te amou ou vai amar tanto quanto eu já te amei, sabes que podes contar sempre comigo, por mais longe que esteja amor...»
«Sim amor, prometo fazer tudo aquilo que faria contigo, será impossível esquecer-te, será impossível deixar de te amar.»
E num brilho esplendidamente maravilhoso à luz das estrelas, escorreu-te uma lágrima pelo rosto.
Eu já não estava ali...

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Mas Onde Estarias Tu Para Além Dos Meus Sonhos?

A cada noite que passava os sonhos tornavam-se mais intensos. Mas neles, aparecia sempre a mesma rapariga loira, de olhos tão azuis quanto a safira. Era impossível que ao acordar não me lembrasse daqueles olhos. Cada lágrima derramado pelos mesmos, reluzia com o brilho do sol a incidir sobre elas. Limpava-te o rosto, mas não sabia porque é que estavas a chorar, na verdade, nunca tinha ouvido a tua voz. Nunca te tinha visto senão ali, no mundo dos sonhos.
Começava a desesperar ao ver-te sempre a chorar e fiz uma tentativa de tentar saber porque. Quando as primeiras palavras saíram, o meu coração começou a bater a uma velocidade incrível. Disseste-me que todas as noites choravas porque eu não te reconhecia, disseste-me que no passado havíamos estado juntos e felizes e disseste-me que antes de partir te tinha dito que jamais me esqueceria de ti. O meu coração congelou ao ouvir tais palavras, agora assimilava cada detalhe teu. O teu cheiro, o teu toque, a tua voz e sobretudo, o teu olhar... Tudo isto era agora inconfundível.
Mas onde estarias tu para além dos meus sonhos?

domingo, 22 de maio de 2011

Jamais Serei Feliz Sem Ti...

A tua respiração indicava que o fim estava próximo. Não só o teu, mas como o meu também. Se partisses, partiria contigo, sem sequer olhar para trás.
Tinha-te sobre os meu braços, esperando que a morte nos levasse.
O teu sangue estava gélido como a noite, não havia maneira de evitar o que viria a acontecer. O brilho da lua contrastava com as águas negras daquele lago.
«Aguenta, luta por tudo aquilo que é nosso...». A forma como te disse aquilo, parecia ter-te dado forças, mas tudo não passava de uma ilusão. Tudo o que eu queria era ficar contigo, quer morto, quer vivo.
«Promete-me uma coisa... Quando eu for, não venhas comigo. Fica, sê feliz sem mim, sabes que eu vou sempre amar-te.»
«Não, não posso prometer-te isso, eu amo-te acima de tudo, jamais te deixarei, jamais serei feliz sem ti...»
As lágrimas escorriam-nos do rosto, como uma cascata a fluir. Como se nada tivesse acontecido, beijamo-nos e por momentos pensei que jamais me deixarias mas apenas alguns segundos mais tarde, fechaste os olhos e partiste para o outro mundo...

quinta-feira, 19 de maio de 2011

A Rapariga Fria.

Junto àquela cascata, recordava o passado. Um passado frio e doloroso, mas ao mesmo tempo agradável. Aliás, era disso que o amor era feito: de dor e de escuridão. Nesse passado, havia uma rapariga, aparentemente, doce e inocente, incapaz sequer de fazer jorrar uma lágrima de um olho. Com o passar do tempo vim a descobrir que essa rapariga, não era tão doce nem tão inocente quanto parecia. Pelo contrário, era fria e perspicaz. Por cada pessoa que se apaixonava, arrancava-lhes o coração, ou pelo menos, destruía-o em mil pedaços. E foi nesse momento que os nossos destinos se cruzaram, tinha-me apaixonado pela mulher mais fria e mais cruel do mundo. Mas naquele momento tudo o que eu via era a perfeição das suas maldades, nelas, não via qualquer crueldade. Perfeitos também eram os traços do seu rosto, era linda... Esperava por ela, para que também me pudesse destruir o coração. Mostrar-lhe-ia que não seria tão fácil arrancar-me o coração como tinha feito imensas vezes antes... Mostrar-lhe ia, que com o amor que por ela sentia, poderia derreter qualquer glaciar, eventualmente, o glaciar que lhe envolvia o coração...

terça-feira, 10 de maio de 2011

A Fotografia Perfeita...

Apesar da dor que sentia, voltei àquele mesmo lugar para recordar a nossa história. Tudo parecia continuar igual, retirando apenas um simples pormenor... Desta vez, eu estava sozinho, não te tinha ao meu lado para apreciar tudo aquilo que aquele maravilhoso lugar nos proporcionava. Era verdade, naquela perfeita fotografia, a única coisa que faltava eras tu. As nuvens, de uma maneira estranha mas ao mesmo tempo agradável, estavam exactamente no mesmo sitio. As árvores, moviam-se com a força do vento, fazendo soar perfeitas melodias, melodias essas que nos faziam recordar qualquer momento ali vivido. O lago, ao contrário das árvores estava estático, como se sobre ele, estivesse uma fina e brilhante camada de gelo.
Dobrei a fotografia e decidi aproximar-me...
Naquele lago tão puro e límpido quanto as nossas almas, observei o reflexo que me mostrava.
Nele estava o meu reflexo junto do teu... Estavas ali, sempre estiveste, agora aquela linda paisagem estava completa, e não só a paisagem, como eu... Eu finalmente já me sentia completo...

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Uma Estrada Sem Fim...

Eu realmente precisava de ti. Caminhava por uma estrada sem fim... Precisava que me ajudasses a encontrar um novo caminho, precisava que desses luz à minha escuridão, precisava que me devolvesses a alma e que desses um brilho à Lua. Nada era a mesma coisa sem tudo isso. As estrelas, deixaram de brilhar, os rios e mares, acabaram por secar e, depois da noite, nunca mais voltou a ser dia. Tinhas levado tudo isso contigo. Esperava que a tua felicidade fosse infinitas vezes mais que a minha. Só me restava ir ter contigo para que tudo voltasse ao que era. O problema é que estavas longe. Não sei até quando é que o meu coração não deixa de bater, não sei quando é que as minhas forças vão finalmente esgotar-se. Quando souber, já será tarde demais... Mas prometo-te uma coisa: Irei lutar até à mais ínfima batida que o meu coração der, porque enquanto ele está a bater, eu sei que ainda estás viva...

domingo, 24 de abril de 2011

Uma Floresta Fria.

Andávamos pela floresta há dias. A sua vasta florestação não permitia que lhe visse o fim. Acho que só estava vivo, por estar contigo. Eras tu que fazias com que o meu coração continuasse a bater. Estava cansado e sem forças, começava a pensar que jamais sairíamos dali. Aquela não era uma floresta normal, havia um ar intensamente frio que predominava naquele padrão tão negro. Não havia qualquer ser vivo, as árvores estavam cinzentas e o céu muito negro, como nunca antes o tinha visto. Caímos lado a lado à espera do fim. Sabíamos que a partir do momento em que um dos corações parasse, o outro pararia também. Apesar do frio intenso que pairava no ar, sentia o teu corpo quente e afável. Morreríamos juntos, tal e qual como sempre o desejámos. Não tive medo de que a morte se deparasse sobre mim, sabia que quando acordasse, fosse onde fosse, tu estarias ali à minha espera, para que juntos prosseguíssemos viagem. A escuridão apoderou-se de mim de uma forma incrivelmente rápida e tudo o que ouvia era o teu pensamento... Onde estaria eu? Voltaria a ver a luz do dia? Porque é que já não sentia o teu calor? Será que nunca mais te veria? Não, acho que para estas perguntas jamais obteria resposta, por isso, deixei que a morte tomasse conta de toda a minha alma...

sexta-feira, 22 de abril de 2011

O Lago.

Há muito tempo que estava a caminhar... A tua voz ecoava na minha cabeça a chamar por mim. Não te conseguia encontrar e essa espera consumia-me. Parei para pensar para que lugar te poderiam ter levado. Há uns dias tinhas-me dito que se te quisesse encontrar, bastava ir ao lago onde nos conhecemos. Não, não podia ser uma simples coincidência... Tu sabias que te iam levar de mim, sabias-o desde sempre. Não mo disseste para impedir que me matassem, fizeste-o sobretudo por amor... Levantei-me e continuei o meu caminho desta vez para o maravilhoso lago, porque afinal, já não haveria mais nada que eu pudesse perder. A esperança de chegar a tempo, corria-me pelas veias. Estava a chegar ao lago quando reparei na lua. Tua adoravas vê-la brilhar e eu adorava ver o brilho dos teus olhos. Quando cheguei ao lago, estavas deitada no chão, quase sem vida.
«Fica comigo... Fica por nós.». A minha alma estava a ser comandada pelo desespero.
«Claro, jamais te deixarei.». As lágrimas escorriam pelos nossos rostos, sabendo que aquilo estaria longe de não ser um adeus.
«Amo-te, nunca te esqueças disso...». Não sei se ouviste, mas com o sentimento que o disse, sentiste-o de certeza. Naquele momento tinhas fechado os olhos e a Lua, nunca mais voltou a brilhar como brilhava antes...

domingo, 17 de abril de 2011

Um Mundo Negro E Sem Vida...

As imagens daquela noite não me saíam da cabeça... A insaciável vontade que tinha de vingar a tua morte era quase insuportável... Quem te tirou deste mundo, sem saber, tirou-me a mim também. De mim tiraram a força e a coragem para todos os caminhos que me faltavam percorrer. Só contigo é que eu o podia fazer. Neste mundo deixaram um corpo, sem a sua alma e sem o seu espírito, um rosto sem emoções, que seria incapaz de deitar uma única lágrima ou de esboçar um sorriso. Literalmente, mataram-me também... Quem perde alguém como eu te perdi a ti, sabe que não existe dor pior que essa. Eu queria ir ter contigo mas o meu corpo não me obedecia. Não parava de ouvir a tua voz a ecoar na minha cabeça. Os meus olhos permaneceriam vazios e negros eternamente, o meu coração seria incapaz de bater tão rápido como batia. Sem ti, o mundo tornou-se negro e sem vida. Era como se o Sol e a Lua já não brilhassem, como se o mar já não ondulasse e como se do céu já não caísse uma única gota...

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Eu Estou Aqui...

O tempo esgotava-se a uma velocidade incrível... Pensava em ligar-te para te dizer que tão longe de ti jamais viveria. Apesar dos anos já vividos, o teu rosto aparecia nos meus sonhos todas as noites. Continuava belo, com a luz da lua a incidir sobre o brilho da tua pele. A vontade de ficar a sonhar era muito maior à vontade de voltar à realidade. Olhei para o relógio e estava na hora. Deixaria este mundo para que no próximo pudesse estar perto de ti. Serias a única a conseguir ver-me, serias a única a sentir o meu toque. Traria comigo todo amor que por ti sentia, levá-lo-ia até ti para que nossa história tivesse um fim. Escorria-me uma lágrima pelo rosto, pondo em causa a minha decisão. Liguei-te e disse-te que iria ter contigo, apesar da forma como o faria ser diferente das mais comuns. «Quer seja dia, quer seja noite, eu estarei sempre contigo, acompanhado de todo o amor que tenho para te dar...» Desliguei a chamada, olhei uma última vez para lua com a chuva a bater-me no corpo, e saltei... «Amor, estou aqui de uma maneira ou de outra, finalmente estou aqui...». Conseguia distinguir as tuas lágrimas da chuva que incidia sobre nós. E a noite ficou completa, com um beijo repleto de amor e muita saudade...

quarta-feira, 30 de março de 2011

A Rapariga Que Saltou Por Amor...

Tinha adormecido com o barulho da chuva a bater na janela do meu quarto. Cada vez que a ouvia, lembrava-me de meras recordações, que apesar de antigas, jamais foram esquecidas. O teu cheiro, a tua voz, o teu toque... Todas essas coisas tornavam-se impossiveis de esquecer. A chuva continuava a bater violentamente contra o parapeito da minha janela... Os meus sonhos tornavam-se agora obscuros e imperceptiveis, a única coisa que conseguia ver era um salto... O meu coração tinha acabado de falhar uma batida quando percebi que eras tu quem estava a saltar. E foi então que o telemóvel tocou. Eras tu, tinhas-me ligado a dizer que separados não conseguias viver mais... A ultima palavra que ouvi foi um «Amo-te», antes da chamada cair. Quando acabaste de proferir essas tais palavras, o télemóvel caiu-me da mão. A incredulidade e o desespero tomavam conta de mim. Agora era eu que não conseguia viver sem ti, era eu que precisava que alguém como tu me segurasse a este mundo cruel. Mas esse alguém acabara agora mesmo de partir. Estava só...
No dia seguinte, todos os jornais traziam na capa a rapariga que saltou por amor.

quinta-feira, 24 de março de 2011

Imaginar, Era Tudo O Que Eu Podia Fazer...

Já há dias que não conseguia deixar de pensar em ti... Pensava em cada momento que vivemos, em cada beijo que demos, em cada "amo-te" que dissemos, pensava em nós. Hoje esse nós não existe, deixaste-me neste mundo sozinho, desamparado, sem ter uma única razão para viver. Faço-o por ti, pediste-me que independentemente do que acontecesse, só iria ter contigo quando fosse a hora certa. Sabia que olhavas para mim a cada segundo que passava. Aliás, era isso que me reconfortava, era isso que me fazia viver.
Encontrava-me distante, perdido nos meus pensamentos. Não consegui parar de olhar para a nossa fotografia nos tempos em que eramos felizes. De seguida olhei para a janela do meu quarto e lá estavas tu, brilhante e radiante, com um brilho ofuscante. Olhava para ti todas as noites, pois se pudesse olhava para ti também de dia. Eu não te via, mas tinha a certeza absoluta que estavas deitada ao meu lado na cama, olhando também para a nossa fotografia. «Amo-te», era a minha unica palavra durante toda a noite, mesmo sendo para o aparente vazio. Imaginava agora o teu sorriso ao ouvir aquela palavra. Sim, imaginava porque só assim conseguia calar a dor e o desespero de só poder fazer isso mesmo...

sábado, 12 de março de 2011

A Carta...

Estava sentado na minha secretária, à espera que as palavras aparecessem para que te pudesse escrever uma carta. Na realidade, não sabia para onde mandá-la, era certo de que o céu não tinha morada. A minha única esperança é que o forte sentimento que tinha por ti, te levasse a sentir todos os sentimentos expressos na carta. Essa era a parte difícil. Escrever todo o amor sentido, escrever a paixão ainda sentida, o imenso desejo de te ter aqui, junto a mim, para que te pudesse dizer todas estas coisas pessoalmente. Pensar em ti, fazia-me sorrir, sem ter razão para tal. Lembrava-me de todos os momentos que passávamos juntos. O nosso amor era bonito, como tu dizias, diferente. De facto era diferente, era especial e indestrutível, era incrivelmente maravilhoso. Finalmente, depois de ter pensado em ti e sorrido milhares de vezes, peguei na caneta e comecei a escrever a tal carta...

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Amo-te...


Já à vários dias que não consigo deixar de pensar em ti... Penso em todos os momentos que vivemos, em todos os beijos que demos, em todos os "amo-te" que dissemos, pensava em nós. Mas já à muito que esse nós deixou de existir. Deixaste-me neste mundo, desamparado, sem uma única razão para viver. Faço-o por ti, faço-o porque antes de me deixares fizeste-me prometer que só iria ter contigo quando fosse a altura certa. Para mim a altura certa seria quando tu me deixasses...
Dei por mim encostado à cabeceira da cama enquanto segurava a nossa fotografia. As lágrimas escorriam-me do rosto, sem ter mais força para as conter. Sentia a tua falta, sentia-me incompleto e sozinho. Se a tua presença dependesse do meu amor, sem dúvida alguma que eras a primeira pessoa que eu iria ver nos próximos segundos. De repente, fui acordado dos meus pensamentos, ouvindo uma voz bastante familiar. As lágrima agora caíam-me como um rio. Era a tua voz, agora sentia-me mais feliz do que nunca, sentia-me completo. Encontrara a paz que à muito andava desaparecida. Amo-te, era a única palavra que conseguia proferir.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

A Magia Do Nosso Amor...

De facto a culpa era minha. Fiz promessas que nunca cheguei a cumprir, e menti, menti para o nosso bem, para que não nos separássemos. Apesar de o ter feito, separámo-nos à mesma. Hoje não sei de ti, calculo que estejas tão longe quanto possível. Estou numa praia sentado á tua espera, porque sei que se me quiseres encontrar, era ali o primeiro sitio onde me procurarias. Fico lá dia e noite, quer faça dia quer faça sol, um dia, um mês ou se fosse preciso, um ano. Ainda á dias tudo estava perfeito, a chama do nosso amor ainda cintilava como o brilho da maior estrela que o céu tem. Por ela passar uma brisa fazendo-a quase apagar-se. Provavelmente qualquer outra chama ter-se-ia apagado, mas a magia do amor que a protegia tornava-a diferente de qualquer outra. Eu não podia esperar por ti tanto tempo, eu ia procurar-te, sem parar uma única vez para descansar, pois o tempo que tinha escasseava a cada batimento que o meu coração dava.

Com Ou Sem Mim, Tu Serás Feliz...

E em todas as noites acontecia o mesmo... Estavas sentada num banco de jardim à espera que fosse ter contigo. Este mundo era estranho mas era a única que coisa que fazia com que os milhares de quilómetros que nos separavam desaparecessem. Sabia que esse mundo tinha uma mensagem para mim, só não conseguia decifra-la. A última vez que te vi, no mundo real, estava com uma camisola azul e uns calções; a partir desse momento, essa imagem nunca fora esquecida.
Choravas... Um amor proibido, era certo... Se estiveres a ler isto, digo-te: " A batalha fomos nós que a ganhámos, lutámos contra tudo e contra todos com as forças que tínhamos e que não tínhamos, sem nunca desistir..."
A minha esperança é que mais tarde ou mais cedo a luta recomece e que nós possamos lutar lado a lado, um pelo outro; porque se me perguntassem se daria a vida por ti, se voltaria a fazer tudo o que fiz por nós sabendo que o nosso fim não seria juntos, eu responderia: " Sim, eu faria isso e muito mais, eu faria tudo isso até garantir que ficavas feliz, com ou sem mim... ".

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Eu Sinto A Tua Falta...

Eu sentia odio era verdade. Não por ti mas pelas casualidades que a vida tinha. Eu sentia a tua falta à imenso tempo, tendo ainda assim consciência de que não voltarias. Tinha um livro onde escrevia para ti, imaginando que ouvias e que sentias tudo aquilo que te queria transmitir. Foste-te embora sem me dar tempo para me despedir. Não disse que te amava, não fiz o que queria... Aquele fim, fora um fim triste, incompleto, cheio de dor e desespero. A minha esperança é que leias tudo aquilo que escrevi para ti e que oiças cada palavra que digo em voz alta enquanto estou sozinho. Porque era para ti que eu falava, era por ti que eu ainda vivia. Mas eu sabia que um dia ia ter contigo, mais tarde ou mais cedo, acabaria por acontecer. Estariamos juntos tal e qual como estamos agora, de uma maneira diferente, é verdade.
Sabia que cada passo que dava, era seguido por ti. Quer na vida, quer na morte, ou até mesmo em ambos, o nosso amor continuaria a ser tão forte como até então.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

O Mundo Dos Sonhos.

Até então não tinha conhecimento da tua existência, mas o facto de te ver em sonhos fez-me ver que eras real, que existias. Talvez o mundo dos sonhos fosse feito para nos encontramos um ao outro, para ficarmos juntos. Era nisso que acreditava. A sensação de estar incompleto aumentava a cada noite que sonhava contigo. Para te encontrar, tinha que sonhar e quando sonhasse, procurar-te-ia incansavelmente. Todas as noites ouvia a tua voz, o som da tua respiração enquanto mil e uma imagens tuas me passavam pela cabeça. Os lugares mudavam a cada noite que passava, o sitio onde aparecias era diferente. A única coisa de comum entre esses cenários era a Lua. O meu subconsciente despertou num repentino afluxo de compreensão. Tinha uma fotografia de uma praia onde o luar predominava sobre a paisagem. A chave para te encontrar seria a Lua, na tal praia onde tirara a fotografia. Esperei um mês para que a Lua voltasse a estar cheia, ansiando para que esse dia chegasse depressa e, por fim, quando esse dia chegou, dirigi-me então à tal praia. A praia nunca tinha estado tão deserta e a brisa cortante que pairava no ar, não ajudava... Procurei desesperadamente nas extensas areias daquela praia, mas o vazio tomou conta de mim por completo... No fundo, sabia que era ali que estavas, sabia que era aquele o lugar do encontro, só resta que o encontres também...

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Não Partirei Sem Ti.

Estava perto da hora, os barulhos do relógio impediam-me de esquecer tudo aquilo que se estava a passar. A hora de eu partir aproximava-se a cada som que o relógio fizesse. Via-te dormir, eras linda; seria uma das imagens que, de certo, ficariam em mim. Tinhas um ar inocente, sensível até mesmo maravilhosamente interessante. Dormias profundamente porque mal sabias tu que o adeus chegara. Quando acordasses, encontrarias um bilhete colocado junto à flor que mais gostavas: a Rosa Branca. Eu amava-te, era certo. Era por te amar que decidi partir, para te manter em segurança, longe dos perigos do mundo. Abdicaria de tudo o que fosse preciso para te dar toda a felicidade. Tantas lutas, tantos momentos e tantas palavras proferidas para que o nosso fim fosse lado a lado. Não, não foi em vão... Tudo o que fiz, tudo o que passámos e tudo aquilo que antes dissera foi sentido. Quando dei por mim, já estava na hora. Coloquei a Rosa junto do bilhete e agarrei no casaco preparando-me para partir. "Espera, leva-me contigo, vamos lutar juntos, vamos ser felizes, os dois...". Ao proferires essas palavras, o meu coração falhou uma batida. Num acto inconsciente, corri para ti e beijei-te. "Sim amor, para onde quer que eu vá, tu virás sempre comigo, seremos felizes, os dois. Não partirei sem ti...".

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Sim, Saltei Por Ela...

Estava completamente destroçado, a noticia que acabara de receber fora a pior noticia da minha vida. De uma forma suave, tinha mudado de mundo, tinhas ido para um sitio melhor. Mas não, não era assim tão simples... As lágrimas escorriam-me do rosto como uma cascata a fluir. Agarrei nas chaves do carro e saí de casa, deixando para trás as chaves de casa porque o certo era que não voltasse. Conduzi até à ponte mais próxima com a dor e o vazio a tomar conta de mim. Do porta luvas tirei um papel e uma caneta e escrevi um bilhete. Saí do carro e pus esse tal bilhete no junto parapeito, mesmo no sitio onde iria saltar e subi. A vista era linda mas não fazia sentido vê-la sem ti. Saltei, mergulhado num monte de emoções. Caí. No bilhete estava escrito: "Sim, eu saltei, saltei por ela...".

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

A Floresta.

Aquela escuridão apoderava-se da floresta assim como o medo se apoderava de mim... Tinha medo de não te encontrar, de não chegar a tempo, de te perder para sempre. O nevoeiro impedia que visse qualquer coisa para além de mim. Na minha cabeça, continuava a ouvir-te chamar por mim.
"Aguenta, aguenta só mais uns segundos, estou a chegar". A cada segundo que passava, o batimento do teu coração tornava-se mais fraco, o que no fim, acabaria por parar dois corações.
Pela minha memória passavam todos os momentos que tínhamos ultrapassado juntos.
O medo começava a desaparecer dando lugar ao desespero. Estava prestes a parar quando ao longe ouvi alguém a respirar. Era a tua respiração, um som que eu conhecia tão bem, um som inconfundível.
Corri o mais rápido que pude, chegando até ti. "Amor, eu agora estou aqui"... Os nossos corações batiam agora a um ritmo acelerado, recuperando assim tudo aquilo que há muito não tinham...

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

A Chama.

Sim, a nossa chama apagar-se-ia... Faltava pouco, muito pouco para que acontecesse. Essa chama ardia devido ao amor que sentíamos um pelo outro. Era forte mas nela soprava uma brisa forte que a agitava violentamente de um lado para o outro. Tentava protege-la a cada segundo de vida que tinha, dedicava-lhe todos os momentos que alguém jamais dedicaria mas a brisa, mais gélida que nunca, lutava para conseguir apaga-la. Não, não podia deixa-la apagar-se, o nosso amor dependia dessa chama e do amor, as nossas vidas. Sozinho não conseguia que permanece-se acesa, precisava de ti para que lutássemos juntos. Juntos iríamos torna-la mais forte ao ponto de nunca mais correr este risco. Num momento inesperado apareceste e disseste: Eu estou aqui, a chama jamais se apagará... Demos as mãos e usámos todas as forças que tínhamos e que não tínhamos. A chama tornou-se mais brilhante e mais ardente que nunca e o nosso amor tornou-se forte, tão forte que era capaz de superar qualquer coisa se assim fosse preciso...

domingo, 30 de janeiro de 2011

Palavras Proibidas.

O barulho da chuva a cair era tudo o que se conseguia ouvir daquele quarto. Estava a agarrar no teu livro preferido cujo nome era "Palavras Proibidas" . Nele relatava a história de um casal, um casal em que o rapaz e a rapariga estavam longe um do outro mas apesar da distância a que se encontravam, o amor que sentiam um pelo outro jamais seria esquecido. Tal e qual como tu, eu não me cansava de ler esse tal livro. Era o nosso livro, a nossa história. E no fim, no fim de muitas páginas de história e de amor a última palavra era "Adeus", seguida de muitas páginas em branco onde a história viria a ser terminada, por nós. Eu não sabia onde estavas e tu desconhecias também onde me encontrava mas sabíamos, os dois, que viríamos a estar juntos, que nos voltaríamos a encontrar. Tu tinhas um livro, e eu tinha outro igual. Eram os únicos livros à face da terra, se se unissem, haveria um final feliz, caso se sucedesse o contrário, haveria dor e pouco, muito pouco sentimento.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Acabou.

Estava a conduzir em direcção a casa e chovia como nunca antes tinha visto. Não conseguia tomar atenção à estrada, haviam pensamentos e acontecimentos que me abstraía de tudo o resto. Tinha sido nesta noite que eu tinha ouvido a tal palavra. Acabou. Tinha acabado mesmo, eu sabia-o. Sabia que não ia adiantar qualquer palavra que dissesse pois a tua decisão tinha sido bem pensada. Mesmo abstraído de tudo, conseguia ouvir buzinas mas eu estava demasiado concentrado em ti e no barulho da chuva para dar atenção às tais buzinas. Ao longe comecei a ver uma luz, uma luz forte e intensa, a vir na minha direcção. Rapidamente me apercebi de estar noutra faixa, os pensamentos levaram-me a fazê-lo de maneira inconsciente. Deparava-me frente a frente com um camião que ainda estava longe o suficiente para que eu pudesse travar e virar em segurança. A tua voz continuava a pronunciar a tal palavra, a mencionar a tua decisão. Depois de a ouvir novamente também a minha decisão fora tomada. As luzes estavam cada vez mais próximas. Não vou travar. Quando larguei o volante as luzes incidiram sobre mim e deu-se o impacto. Era certo que a chama que ardia por mim se tinha apagado, mas uma coisa eu não conseguia fazer: viver sem ti...

sábado, 22 de janeiro de 2011

Tarde Demais...

Eu sempre precisei de tempo para mim próprio. Eu queria aproveitar cada momento em que estava sozinho, não dando valor ao tempo em que estava contigo. Quando te foste embora, reparei que amava todas as coisas que fazias e que te amava do jeito que eras... Quando dei por mim, era tarde demais. Hoje o mundo não passa de uma tela pintada a preto e branco, tiraste dele toda a cor que poderia vir a existir. Este mundo tende a ficar mais negro e frio a cada dia que passa até que a completa escuridão acabe por domina-lo. A única esperança que me resta está a escassear rapidamente à medida que o medo e o desespero tomam conta de mim. A coragem que tenho já não é suficiente para lutar contra eles, a única coisa que me faria viver novamente és tu. Por favor volta, não sei se aguento isto por muito mais tempo, estou sem forças para isso...

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Reencontro.

Tudo o que eu me lembrava era do olhar dela. Era a única imagem que tinha e tambem era tudo aquilo que me fazia continuar. Todas as noites sonhava com o mesmo, era inevitável deixar de o fazer. Sonhava em cada noite que passava com o nosso reencontro... Nessa noite iria estar frio, mais frio do que alguma vez tinha estado mas o calor de todas as emoções tornariam aquela noite gelada numa noite amena e agradável. A Lua estaria no céu a brilhar, tal e qual como as milhares de estrelas que lá estariam. Nessa grande noite recuperaríamos todo o tempo deixado para trás, haveriam abraços e beijos sentidos e também o sentimento que há muito fora esquecido. Tudo o que tinha de fazer para que essa noite chegasse era continuar. Já sabia onde era, não havia razão para parar...