quarta-feira, 30 de março de 2011

A Rapariga Que Saltou Por Amor...

Tinha adormecido com o barulho da chuva a bater na janela do meu quarto. Cada vez que a ouvia, lembrava-me de meras recordações, que apesar de antigas, jamais foram esquecidas. O teu cheiro, a tua voz, o teu toque... Todas essas coisas tornavam-se impossiveis de esquecer. A chuva continuava a bater violentamente contra o parapeito da minha janela... Os meus sonhos tornavam-se agora obscuros e imperceptiveis, a única coisa que conseguia ver era um salto... O meu coração tinha acabado de falhar uma batida quando percebi que eras tu quem estava a saltar. E foi então que o telemóvel tocou. Eras tu, tinhas-me ligado a dizer que separados não conseguias viver mais... A ultima palavra que ouvi foi um «Amo-te», antes da chamada cair. Quando acabaste de proferir essas tais palavras, o télemóvel caiu-me da mão. A incredulidade e o desespero tomavam conta de mim. Agora era eu que não conseguia viver sem ti, era eu que precisava que alguém como tu me segurasse a este mundo cruel. Mas esse alguém acabara agora mesmo de partir. Estava só...
No dia seguinte, todos os jornais traziam na capa a rapariga que saltou por amor.

quinta-feira, 24 de março de 2011

Imaginar, Era Tudo O Que Eu Podia Fazer...

Já há dias que não conseguia deixar de pensar em ti... Pensava em cada momento que vivemos, em cada beijo que demos, em cada "amo-te" que dissemos, pensava em nós. Hoje esse nós não existe, deixaste-me neste mundo sozinho, desamparado, sem ter uma única razão para viver. Faço-o por ti, pediste-me que independentemente do que acontecesse, só iria ter contigo quando fosse a hora certa. Sabia que olhavas para mim a cada segundo que passava. Aliás, era isso que me reconfortava, era isso que me fazia viver.
Encontrava-me distante, perdido nos meus pensamentos. Não consegui parar de olhar para a nossa fotografia nos tempos em que eramos felizes. De seguida olhei para a janela do meu quarto e lá estavas tu, brilhante e radiante, com um brilho ofuscante. Olhava para ti todas as noites, pois se pudesse olhava para ti também de dia. Eu não te via, mas tinha a certeza absoluta que estavas deitada ao meu lado na cama, olhando também para a nossa fotografia. «Amo-te», era a minha unica palavra durante toda a noite, mesmo sendo para o aparente vazio. Imaginava agora o teu sorriso ao ouvir aquela palavra. Sim, imaginava porque só assim conseguia calar a dor e o desespero de só poder fazer isso mesmo...

sábado, 12 de março de 2011

A Carta...

Estava sentado na minha secretária, à espera que as palavras aparecessem para que te pudesse escrever uma carta. Na realidade, não sabia para onde mandá-la, era certo de que o céu não tinha morada. A minha única esperança é que o forte sentimento que tinha por ti, te levasse a sentir todos os sentimentos expressos na carta. Essa era a parte difícil. Escrever todo o amor sentido, escrever a paixão ainda sentida, o imenso desejo de te ter aqui, junto a mim, para que te pudesse dizer todas estas coisas pessoalmente. Pensar em ti, fazia-me sorrir, sem ter razão para tal. Lembrava-me de todos os momentos que passávamos juntos. O nosso amor era bonito, como tu dizias, diferente. De facto era diferente, era especial e indestrutível, era incrivelmente maravilhoso. Finalmente, depois de ter pensado em ti e sorrido milhares de vezes, peguei na caneta e comecei a escrever a tal carta...