sexta-feira, 24 de junho de 2011

O Sentimento Inesperado...

Há anos que tinhas partido... Há imenso tempo que não sentia o teu toque, que não cheirava o teu perfume, que não ouvia a tua voz ou os teus pensamentos. Há imenso tempo que não sentia a tua presença nem o teu amor. Na verdade, a única coisa que podia fazer era ver-te. Via-te nos meus sonhos, não sei se era de forma inconsciente ou não, mas todas as noites tu aparecias para me contemplar com toda a tua beleza. Eu não dormia para descansar, porque disso eu já não precisava. Eu dormia apenas para sonhar contigo, para te ver. Sempre que adormecia, ia para aquele sítio... E lá estavas tu, naquele banco, à minha espera. Nunca te ouvia, mas sempre que estavas feliz ou triste, eu sabia-o. Mostravas mo através de sorrisos ou de lágrimas.
Mas naquela noite, as coisas foram diferentes. Disse-te o mesmo que te dizia todas as noites:
«Não te vás embora, não sem mo dizeres primeiro...»
E foi aí que a chama que se extinguia no interior dos nossos corpos se reacendeu com um tamanho sentimento inesperado.
«Não, eu não me vou embora, se fosse, levar-te-ia comigo. Sabes que te amo acima de tudo...»
Nesse preciso instante, beijámo-nos e consegui finalmente sentir o teu toque, ouvir a tua voz e cheirar o teu doce perfume...

quinta-feira, 16 de junho de 2011

A Promessa...

O barulho da chuva e do vento impedia que ouvisse a tua voz. Estavas perto, eu sentia-o.
Com o peso da incessante chuva no corpo, começava a perder as forças...
«Não, tenho de continuar... Tenho que te encontrar o mais rapidamente possível!»
Continuei andar, até que uma enorme escuridão abateu se sobre mim.
Não via nem ouvia nada, realmente, parecia que estava morto.
«Encontraste-me...». Aquela voz era inconfundível. Era a tua voz...
«Onde é que estamos?»
Começaste a chorar, esplendidamente. Tu eras lindíssima, mas eu, de um certo modo, gostava de te ver chorar, tornavas tudo o que estava à tua volta bonito, até mesmo, mágico.
«Estamos mortos...». E foi nesse preciso instante que comecei a sentir o meu corpo gélido e que vi a cor lívida que tinha.
«Mas como? Eu estava à tua procura, como é que de um momento para o outro nós...?». Na minha voz notava-se um tom de incredulidade.
«Chegaste tarde demais, eu não tive forças para aguentar, desculpa. Sabias que se eu partisse, tu virias comigo...» As lágrimas continuavam a escorrer-te pelo rosto.
«O nosso amor ultrapassava qualquer impossibilidade, conseguia ouvir os teus pensamentos e sentir os teus sentimentos... Porque é que estás tão triste?»
«Porque... Isto é um adeus. Um adeus eterno, jamais nos voltaremos a encontrar...»
«Espera, não vás já, onde é que te posso encontrar? Porque é que... Não te esqueças que te amo!» Já era tarde demais, tinhas partido.
Agora, estou exactamente no mesmo sitio em que me deixaste, à espera que voltes para que possas ouvir as únicas palavras que nunca ouviste: Até um dia...
Sim, aquilo era uma promessa.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

A Montanha.

Daquela montanha via o oceano a prolongar-se perante os nosso olhos. O azul do mar juntava-se com o do céu. Na água, reflectia-se o brilho intenso do sol, este incidia também sobre o teu cabelo loiro.
Não havia saída, as ondas do mar cercavam-nos com a sua tremenda força. Nunca mais veríamos o mundo para além daquele azul imenso.
Morreria contigo, iria para onde a morte nos levasse, tomaria conta de ti tal e qual como em vida o fizera.
O sol estava a pôr-se e o céu começava a escurecer. As únicas escolhas que tínhamos era aguardar que a morte nos tomasse ou tomarmos nós mesmos a própria morte. Apesar situação, a escolha que iríamos tomar já estava à muito pensada. Agarrei-me a ti, encaminhando-te para o fim.
«Espera... Quero ver pela última vez o brilho da lua e das estrelas.».
«Claro, tudo o que quiseres...», agora tudo o que podia fazer por ti era simplesmente isto...
A lua e as estrelas brilharam mais que nunca sobre os nossos olhares.
«Estás pronta amor?».
«Agora estou...».
Encaminhámo-nos para o precipício...
«Amo-te».
«Amo-te».
Uma lágrima escorreu-te pelo canto do olho. Limpei-a de seguida.
«Ficaremos juntos, prometo»
E saltámos...

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Quando Eu Morrer...

«Quando morrer, quero que guardes uma fotografia nossa. Uma fotografia que mostre um dos muitos momentos que passámos. Quero que sempre que te lembres de mim, o teu olhar brilhe e que caia uma lágrima, porque lágrima mais doce que essa não haverá de certeza... Quero que vás à nossa praia e te lembres de tudo o que aconteceu nela, quero que vejas o pôr -do-sol e que fales comigo. Sim, eu vou estar a ouvir-te... Cuidarei de ti esteja onde estiver. Olha também para a Lua e para as estrelas, verás nelas o reflexo do teu olhar e lembrar-te-às de todas as noites passadas no prado. Lembra-te de quem fui e do que fiz, lembra-te de mim, lembra-te de nós... Sabes que nunca ninguém te amou ou vai amar tanto quanto eu já te amei, sabes que podes contar sempre comigo, por mais longe que esteja amor...»
«Sim amor, prometo fazer tudo aquilo que faria contigo, será impossível esquecer-te, será impossível deixar de te amar.»
E num brilho esplendidamente maravilhoso à luz das estrelas, escorreu-te uma lágrima pelo rosto.
Eu já não estava ali...