terça-feira, 18 de outubro de 2011

Tarde Demais...

Desde a tua partida, nunca mais chovera. Desde que te foste embora que a noite não vem até mim, que todas as flores, deixaram de florir. Desde a tua partida que o meu coração já não bate como batia. As nuvens cobriam o céu, ocultando assim, o brilho do sol da meia-noite. Todo aquele lugar estava escuro e negro, sem qualquer sinal de vida. Tudo o que era cor, fora levado por ti, juntamente com a minha alma.
E todos os dias eu ia para aquela falésia, aguardar o teu regresso. Dias e dias a fio, sem que visse qualquer detalhe do teu rosto. As esperanças desvaneciam-se com o passar dos dias. A minha vida já há muito tempo que não fazia sentido, todas aquelas razões tornavam a ideia cada vez mais fixa. Observei a enorme falésia, que me aliciava cada vez mais a tomá-la. Andei em frente, com a ideia de que jamais hesitaria, jurando a mim mesmo não voltar atrás. À medida que ia avançando, uma voz chamou o meu nome. Os meus olhos encheram-se de lágrimas e os meus músculos petrificaram. Virei-me devagar, na dúvida de que tudo não seria uma ilusão. E lá estavas tu... Cada pormenor do teu inocente rosto permanecia exactamente igual depois daqueles anos todos. Tinhas vindo para tirar de mim, a única coisa que ainda não tinhas: a esperança e a minha vida.
«Espera, não faças isso!», gritaste.
Amei-te uma vez, não podia cometer o erro de te amar outra vez. Dei um passo para trás e deixei que a morte me levasse. Enquanto caía, as nuvens desapareceram e o sol, mostrou novamente os seus raios ao mundo. As flores, floriram como nunca antes o tinham feito. O meu coração, voltou a bater tão rápido como antes.
«Tarde demais...».

10 comentários:

  1. Adorei, está mesmo lindo!
    Mas nesta vida, nunca é tarde de mais :)

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  2. Descobri o teu blog recentemente e, esperando não ser indelicada, não consigo deixar de me perguntar de onde vem a tua inspiração. Se este é simplesmente um tema que te sentes confortável explorar e representar, ou se realmente, parte de alguma história verídica?
    Estás perfeitamente á vontade para não responder, pois sei que eu própria não o faria, mas agradecia-te se me satisfizesses a curiosidade neste aspecto.

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  3. Com toda a certeza que te respondo. Digamos que este tema, é a minha especialidade, embora eu não a considero muito especial. Tem traços muito pequenos verídicos mas a maioria é ficção. Com este blog, também pretendo que as pessoas ao lerem interpretem a dor, o sacrifício e o amor de diversas maneiras. Quero que tudo isto as ajude numa certa parte das suas vidas...

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  4. Se não fosse pedir demais, gostaria que assinasses no final do comentário por favor :D

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  5. Antes de mais, obrigada por responderes :)
    Segundo, dou-te os mais sinceros parabéns, porque para mim, que também gosto de dizer que esrevo algumas coisitas, é bastante difícil escrever sobre sentimentos de uma maneira assim tão subtil e no entanto tão intensa de modo a fazer com que quem lê os teus textos sinta aquilo que escreves.
    Estás, na minha opinião, a fazer um excelente trabalho com este blog, e é óbvio, pelo menos para mim, que tens um grande talento para as palavras e que deves continuar a escrever e publicitar o teu blog, e quem sabe um dia, levar a tua escrita mais além.

    - Margarida (:

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  6. Obrigado por todos os elogios feitos. Gostaria de saber se também tens um blog. E por favor, deixa o teu nome e o teu apelido :D

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  7. É só a verdade :D Sim, já pensei em criar um blog, mas ainda não decidi se me sinto confortável com isso, uma vez que a minha escrita me é bastante pessoal, e até à uns meses atrás, partilhá-la num blog soava-me ao mesmo que sexo no primeiro encontro, se é que me percebes. No entanto, tenho vindo a pensar nisso e cada vez se torna uma ideia mais sólida na minha cabeçita, por isso veremos.
    Agora veio-me a cabeça outra pergunta, que também podes achar pessoal a mais; o que é que te levou a criar um blog?

    Margarida Cafede

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  8. Decidi criar este blog a princípio para tentar a minha carreira na escrita, mas mais tarde, apercebi-me de que a necessidade de ajudar os outros estava a emergir. Então o fim dos meus textos deixaram de ter um sentido egocêntrico e passaram a ser, tanto para mim, como também para os outros. Se criares um blog, não hesites em partilhá-lo comigo.

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  9. É, sem dúvida, um conceito interessante.
    Obrigada, assim farei :)

    Margarida Cafede

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  10. Bruno, Bruno... ao teu mais alto nível. :o)
    Sandra Silvestre

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