quinta-feira, 16 de junho de 2011

A Promessa...

O barulho da chuva e do vento impedia que ouvisse a tua voz. Estavas perto, eu sentia-o.
Com o peso da incessante chuva no corpo, começava a perder as forças...
«Não, tenho de continuar... Tenho que te encontrar o mais rapidamente possível!»
Continuei andar, até que uma enorme escuridão abateu se sobre mim.
Não via nem ouvia nada, realmente, parecia que estava morto.
«Encontraste-me...». Aquela voz era inconfundível. Era a tua voz...
«Onde é que estamos?»
Começaste a chorar, esplendidamente. Tu eras lindíssima, mas eu, de um certo modo, gostava de te ver chorar, tornavas tudo o que estava à tua volta bonito, até mesmo, mágico.
«Estamos mortos...». E foi nesse preciso instante que comecei a sentir o meu corpo gélido e que vi a cor lívida que tinha.
«Mas como? Eu estava à tua procura, como é que de um momento para o outro nós...?». Na minha voz notava-se um tom de incredulidade.
«Chegaste tarde demais, eu não tive forças para aguentar, desculpa. Sabias que se eu partisse, tu virias comigo...» As lágrimas continuavam a escorrer-te pelo rosto.
«O nosso amor ultrapassava qualquer impossibilidade, conseguia ouvir os teus pensamentos e sentir os teus sentimentos... Porque é que estás tão triste?»
«Porque... Isto é um adeus. Um adeus eterno, jamais nos voltaremos a encontrar...»
«Espera, não vás já, onde é que te posso encontrar? Porque é que... Não te esqueças que te amo!» Já era tarde demais, tinhas partido.
Agora, estou exactamente no mesmo sitio em que me deixaste, à espera que voltes para que possas ouvir as únicas palavras que nunca ouviste: Até um dia...
Sim, aquilo era uma promessa.

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