quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Descansa Em Paz...

Às portas da morte, todos nós nos rendemos à fé. Sabia que era uma questão de tempo até que passasses para outra vida. Talvez nessa vida nos voltemos a encontrar com todo o amor das nossas vidas anteriores. Se Deus existe, ele é imensamente cruel para mim. Via-te naquela cama de hospital... Sofrias a cada dia que passava, pioravas consecutivamente.
«Se realmente existes, leva-a, leva-a para junto de ti.», as lágrimas jorravam-me pelo rosto.
Como se Ele me ouvisse, tu acordaste.
«Amor, sinto-me muito melhor, em breve poderemos ir para casa...», disseste-o com um tom de esperança.
«Não amor, nunca mais vamos para casa...», chorava consecutivamente.
«Porquê?».
«Porque essas melhoras que sentes, são as melhoras da morte...».
O azul dos teus olhos espelhou simetricamente a dor na tua alma...
«E já que estás de partida... Eu queria perguntar-te uma coisa...».
«Tudo o que queiras meu amor...», a tua voz tremia.
«Queres casar comigo?».
«Não há coisa que eu mais queira neste momento...»
Coloquei-te a aliança na mão esquerda e em seguida coloquei-a a mim. Beijei-te uma última vez antes de partires.
«Descansa em paz meu amor...»
Segundos depois todas as máquinas tinham parado, tinhas partido.

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